
Schulte é responsável pela fuga de informção de 8761 documentos secretos da CIA
Foto: Arquivo AFP
Um antigo agente da CIA, Joshua Schulte, de 35 anos, foi condenado na quinta-feira por espionagem, pirataria informática, desrespeito pelo tribunal, prestação de falsas declarações ao FBI e posse de imagens de abuso de menores.
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O antigo agente secreto foi condenado a 40 anos de prisão e é suspeito de ser responsável pela fuga de informção de 8761 documentos secretos da CIA, incluindo as ferramentas "Vault 7", que servem para "hackear" telemóveis e usá-los como escuta.
De acordo com a CIA, citada pela BBC, Schulte é responsável pela maior e mais "descarada" fuga de informação de sempre dos Estado Unidos. O procurador do MInistério Público (MP) Damian Williams refere mesmo que "Joshua Schulte traiu o seu país cometendo alguns dos mais descarados e hediondos crimes de espionagem da história americana".
Para além disso, buscas ao apartamento do suspeito revelaram que Schulte tinha na sua posse "dezenas de milhares de imagens de materiais de abuso sexual de crianças", de acordo com o MP. Embora tenha negado todas as acusações, já foi condenado em três julgamentos distintos em Nova Iorque em 2020, 2022 e 2023. O antigo agente secreto encontra-se preso desde 2018.
Durante o julgamento, foi explicado que Schulte trabalhava como programador no Centro de Informação Cibernética, que realiza ciberespionagem contra organizações terroristas e governos estrangeiros e, em 2016, transmitiu informação roubada à plataforma WikiLeaks.
Depois da fuga de informação, o suspeito foi interrogado mais do que uma vez pelo FBI, sendo que negou todas as acusações. De acordo com o MP, a motivação de Schulte terá sido vingança por uma disputa no local de trabalho e, ao "executar essa vingança, causou enormes danos à segurança nacional" dos EUA.
A fuga de informação não só prejudicou a "capacidade da CIA de recolher informações estrangeiras contra os adversários da América", como também deixou os funcionários da agência "diretamente em risco" e deu prejuízos de "centenas de milhões de dólares".

