Michael Flynn, antigo assessor para a segurança nacional de Donald Trump, foi considerado culpado por ter mentido no inquérito sobre contactos com a Rússia nas eleições presidenciais.
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O antigo assessor para a Segurança Nacional do presidente Donald Trump declarou-se culpado por mentir ao FBI. Um juiz federal informou que o general reformado está a cooperar com a justiça.
"Sim, senhor", respondeu o general Flynn diante de um juiz num tribunal federal em Washington, depois de ter sido acusado pelo procurador especial Robert Mueller, na quinta-feira, de fornecer declarações "falsas, imaginárias e fraudulentas".
A investigação desenvolvida pelo procurador especial Robert Mueller refere-se à alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e o possível envolvimento de outros altos funcionários da Administração Trump no caso.
Estou a trabalhar para corrigir o que fiz
Num comunicado divulgado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), o general na reserva Michael Flynn afirmou que decidiu "assumir total responsabilidade" pelas suas ações, após suportar "muitos meses de falsas acusações de 'traição' e outros atos ultrajantes", que lhe foram "extraordinariamente dolorosos".
"Após mais de 33 anos de serviço militar ao nosso país, incluindo quase cinco anos em combate longe da minha família, e depois da minha decisão de continuar a servir os Estados Unidos, tem sido extraordinariamente doloroso suportar estes muitos meses de falsas acusações de 'traição' e outros atos ultrajantes", lê-se no texto.
"Essas falsas acusações são contrárias a tudo o que sempre fiz e defendi. Mas reconheço que as ações que admiti hoje em tribunal foram erradas e, com a minha fé em Deus, estou a trabalhar para corrigir o que fiz", prosseguiu.
Flynn refere-se aos contactos que manteve com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, entre janeiro e fevereiro deste ano, durante os 24 dias em que foi conselheiro do presidente Donald Trump, e cuja ocultação ao vice-presidente, Mike Pence, levaram à sua demissão.
"O facto de me ter declarado culpado e o acordo para cooperar com o Gabinete Especial refletem a decisão que tomei no interesse da minha família e do nosso país. Assumo total responsabilidade pelos meus atos", conclui.
Pela acusação que agora enfrenta, Michael Flynn poderá ser condenado a cinco anos de prisão.
Michael Flynn foi investigado em vários casos, incluindo o seu trabalho de "lobby" em nome da Turquia, mas o fato de ser acusado apenas por fazer declarações falsas já indicava que estava a cooperar com a investigação de Mueller em troca de indulgência.