Um ex-general da polícia sérvia da Bósnia, Goran Saric, foi condenado esta quarta-feira por um tribunal local a 14 anos de prisão por crimes de guerra cometidos em Sarajevo, no início do conflito bósnio (1992-1995).
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"Goran Saric foi considerado culpado de crimes contra a humanidade pelo seu papel na expulsão, detenção ilegal e execução de civis muçulmanos" em junho e julho de 1992, disse a juíza Mira Smajlovic ao anunciar o veredicto diante do tribunal bósnio para os crimes de guerra.
Na altura de tais factos, Saric era chefe da polícia sérvia e comandava uma esquadra que se localizava em Nahorevo, nos arredores de Sarajevo.
De acordo com a juíza, Saric ordenou a prisão de uma centena de habitantes muçulmanos de Nahorevo e a sua divisão em três grupos, após um hospital psiquiátrico ser transformado num quartel-general da polícia local.
"Um grupo de 60 prisioneiros foi conduzido pela linha da frente e passaram ao lado da vila controlada pelo exército bósnio (essencialmente muçulmanos), um outro grupo de 29 presos foi levado para uma prisão e oito presos foram executados", disse a juíza.
"O acusado contribuiu de maneira decisiva para este crime", disse Mira Smajlovic.
Durante e depois da guerra, Goran Saric foi o comandante de uma brigada especial da polícia sérvia da Bósnia.
Saric foi para a prisão em novembro de 2011.
A guerra da Bósnia fez 100 mil mortos e cerca de dois milhões de refugiados e deslocados de um país que conta hoje com 3,8 milhões de habitantes.