Um ex-membro do grupo de extrema-direita Proud Boys, que foi um dos primeiros a atacar o Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, foi nesta sexta-feira condenado a 10 anos de prisão.
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À saída do tribunal, Dominic Pezzola ergueu o punho e gritou: "Trump venceu!".
O norte-americano, de 46 anos, utilizou um escudo policial para partir uma janela, permitindo que os manifestantes fizessem a primeira invasão no Capitólio, e mais tarde filmou um "vídeo comemorativo" com um charuto dentro do edifício, referiram os procuradores, que pediram 20 anos de prisão.
Pezzola era um recruta recente dos Proud Boys e o júri absolveu-o da acusação de maior repercussão, conspiração sediciosa, tendo sido condenado por outras acusações graves.
O juiz distrital dos EUA, Timothy Kelly, apontou que Pezzola, de Rochester, Nova Iorque, era um recém-chegado ao grupo que não escrevia o tipo de mensagens 'online' cada vez mais violentas que outros membros divulgaram antes do ataque de 06 de janeiro.
Ainda assim, Pezzola foi, de certa forma, uma "ponta de lança" ao permitir que os manifestantes entrassem no Capitólio, realçou o juiz.
Os advogados de defesa pediram cinco anos de prisão para Pezzola, referindo que este foi "apanhado pela loucura" naquele dia.
Já Pezzola frisou ao juiz que gostaria de nunca ter entrado numa área restrita naquele dia e pediu desculpas ao polícia a quem retirou o escudo.
"Não há lugar no meu futuro para grupos ou qualquer tipo de política", garantiu.
No entanto, à saída do tribunal, defendeu a alegação nunca comprovada de Donald Trump, de que foi o vencedor das presidenciais de 2020.
Esta sentença é a mais recente relacionada com membros dos Proud Boys que participaram no ataque que pretendia impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.
Joseph Biggs e Zachary Rehl, ex-líderes do grupo extremista, foram condenados esta quinta-feira a 17 e 15 anos de prisão, respetivamente.
Outro antigo dirigente dos Proud Boy, Ethan Nordean, de Auburn, Washington, também conhecerá hoje a sua sentença, com o procurador a pedir 27 anos de prisão.
Mais de 1.100 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados com os distúrbios no Capitólio, sendo que mais de 600 foram condenadas e sentenciadas.
A pena de prisão mais longa até agora relacionada com 06 de janeiro foi de 18 anos para Stewart Rhodes, fundador de outro grupo de extrema-direita, os Oath Keepers.
Seis membros deste grupo antigovernamental também foram condenados por conspiração sediciosa, após um julgamento separado no ano passado.