O ex-presidente liberiano Charles Taylor, condenado a 50 anos de prisão por crimes contra a humanidade, cumprirá a sua pena no Reino Unido.
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"Na sequência de um requerimento do presidente do Tribunal Especial para a Serra Leoa (TESL) endereçado ao Reino Unido, o ex-presidente Taylor vai agora ser transferidos para uma prisão na Grã-Bretanha para aí cumprir a sua pena", explicou o secretário de Estado para a Justiça, Jeremy Wright, numa declaração escrita, no Parlamento.
A Suécia e o Ruanda dispuseram-se também a acolher Charles Taylor no seu território depois da confirmação em recurso, a 26 de setembro, da sua condenação a 50 anos de prisão por crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra civil na Serra Leoa (1991-2002).
Esta sentença, emitida pelo Tribunal Especial para a Serra Leoa, representou o fim de um caso maratona que durava há mais de sete anos contra o antigo homem forte da África ocidental.
"A condenação de Charles Taylor é uma viragem para a justiça internacional. Ela demonstra claramente que aqueles que cometeram atrocidades deverão disso prestar contas e não beneficiarão de qualquer impunidade, qualquer que seja o seu cargo", recordou Jeremy Wright.
Charles Taylor, de 65 anos, foi considerado culpado, em abril de 2012, de ter ajudado e encorajado uma campanha de terror para obter o controlo da Serra Leoa fornecendo armas, munições e outro apoio logístico à Frente Revolucionária Unida (RUF) em troca de diamantes.
A guerra na Serra Leoa é uma das mais atrozes da história africana recente, com 120 mil mortos e milhares de civis mutilados.