O executivo de Donald Trump abriu uma investigação de direitos civis às práticas de contratação na Universidade George Mason, maior instituição de ensino superior público do estado da Virgínia, expandindo uma campanha contra políticas de diversidade.
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O Departamento de Educação disse na quinta-feira que atuou com base numa queixa de vários professores da George Mason que acusam a direção de favorecer indivíduos de grupos sub-representados.
A queixa contra a universidade, que tem uma reputação de conservadorismo nas áreas do Direito e na Economia, tem como principal alvo o reitor Gregory Washington, acusado de orientações que favorecem candidatos a professores com base em considerações de diversidade em vez das suas credenciais académicas, segundo o departamento.
Argumentando que as iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) discriminam estudantes brancos e asiático-americanos, o Departamento de Educação abriu investigações em dezenas de faculdades, algumas também visadas por alegados atos de antissemitismo relacionado com os protestos pró-palestinianos nos campus no último ano.
No seu segundo dia de mandato, Trump assinou uma ação judicial exigindo o fim do DEI em todas as universidades que recebem dinheiro federal.
A resposta das instituições foi divergente: algumas fecharam unidades de DEI, acabaram com bolsas de estudo de diversidade e já não exigem declarações de diversidade como parte do processo de contratação, enquanto outras renomearam o trabalho de DEI ou mantiveram as suas políticas.
Depois de inicialmente ter-se focado em instituições privadas de elite, como as universidades de Harvard e Columbia, a administração Trump tem nas últimas semanas alargado os seus esforços às públicas.
No final de junho, o reitor da Universidade da Virginia, James Ryan, renunciou ao cargo sob pressão do Departamento de Justiça, que estava a investigar as práticas de DEI da instituição.
Num comunicado, a direção da George Mason negou quaisquer alegações de discriminação e disse que a universidade "afirma o seu compromisso de cumprir todas as determinações federais e estaduais".
A George Mason respondeu às ordens federais renomeando o seu gabinete de DEI em março, mas concluiu que as suas políticas já estavam de acordo com a lei federal.
A queixa ao Departamento de Educação afirma que a universidade não fez nada para alterar as políticas de contratação e promoção do campus que favoreciam as pessoas de grupos minoritários, disse o departamento.
Refere ainda que a George Mason criou também um grupo de trabalho "antirracismo" cujo trabalho incluía "iniciativas de contratação de grupos de diversidade", e que emitiu diretrizes permitindo que sejam contratados docentes e funcionários com base parcialmente na sua diversidade, "mesmo que esse candidato não tenha melhores credenciais do que o outro candidato".
Craig Trainor, secretário assistente interino do Gabinete de Direitos Civis do Departamento de Educação, disse que "parece" que as políticas de contratação e promoção de George Mason "não só permitem, como também defendem a preferência racial ilegal".