O Conselho Nacional de Transição líbio afirmou, este sábado, que, findo o ultimato fixado para a rendição das tropas leais ao ex-líder Muammar Kadafi, cabe agora aos "combatentes revolucionários" do novo regime decidir quando atacar os últimos bastiões.
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"O ultimato expirou este noite. Alargamo-lo mais do que uma vez, tentando abrir a porta a uma solução pacífica", disse Mustafa Abdeljalil, presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), as novas autoridades na Líbia.
Abdeljalil falava em Misrata, onde fez escala antes da sua primeira visita a Trípoli, a capital líbia.
"Agora a situação está nas mãos dos combatentes revolucionários. Através dos seus comandantes, dissemos-lhes que lhes deixamos a escolha de decidir [atacar] quando quiserem", adiantou à agência AFP, referindo-se aos últimos bastiões pró-Kadafi, precisando quais são: Bani Walid (a 170 quilómetros a sudeste de Trípoli), Sirte (360 quilómetros a leste de Trípoli) e Sebha (no centro do país).
O paradeiro de Muammar Kadafi permanece desconhecido desde que o seu quartel-general em Tripoli caiu nas mãos dos opositores, a 23 de Agosto.
As forças do CNT, com sede em Benghazi, desencadearam esta manhã "um ataque contra Bani Walid", indicou à AFP Abdallah Kenchil, responsável das novas autoridades líbias nas negociações, acrescentando, porém, que ainda poderão ter de se retirar da zona por "razões tácticas" relacionadas com as operações militares da NATO.
Os "combatentes revolucionários" foram atacados por "tiros de atiradores furtivos pró-Kadafi", que resultaram na morte de um deles, concretizou.
As forças do novo regime afirmam que os combatentes leais a Kadafi utilizam civis como escudos humanos.
Entretanto, uma comitiva de "uma dezena de veículos" transportando próximos de Kadafi chegou na sexta-feira a Agadez, capital da região Norte do Níger, segundo relata a AFP, citando uma fonte ligada à segurança, que não forneceu detalhes sobre o número ou a identidade dos ocupantes.
Em resposta, o Níger já garantiu que respeitará os mandados internacionais que pendem sobre Kadafi e os seus fiéis que estejam no seu território.
"Não nos podemos esquecer de que Kadafi ainda está vivo e que tem dinheiro e ouro para corromper as pessoas", sublinhou Mustafa Abdeljalil.
