Uma explosão ocorrida este sábado no porto iraniano de Shahid Rajaee matou pelo menos cinco pessoas e deixou mais de 700 feridas. O "manuseamento inadequado" de carga de combustível alegadamente para mísseis poderá explicar o incidente.
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Uma forte explosão no maior porto comercial do Irão, no sul do país, provocou a morte de pelo menos cinco pessoas e provocou mais de 700 feridos. O incidente, possivelmente provocado por materiais químicos armazenados no terminal portuário para alegada produção de mísseis balísticos, causou grande destruição e uma gigantesca nuvem negra. O chefe de Estado iraniano ordenou uma investigação.
A explosão ocorreu no porto de Shahid Rajaee, localizado 23 quilómetros a oeste da capital da província de Hormozgan, Bandar Abbas, região que concentra cerca de um quinto da produção de petróleo mundial.
A explosão foi sentida e ouvida a cerca de 50 quilómetros de distância, com residentes a relatar sismos e vidros partidos. Vídeos divulgados pelos média iranianos mostravam uma coluna de fumo preto enquanto helicópteros eram utilizados no combate às chamas.
O diretor da agência de gestão de crises de Hormozgan, Mehrdad Hassanzadeh, em declarações reproduzidas pela agência ILNA, anunciou que cinco pessoas morreram no episódio. A televisão estatal iraniana, citada pela agência norte-americana Associated Press (AP), noticiou que mais 700 ficaram feridas, com “centenas transferidas para centros médicos próximos”, segundo os serviços de emergência.
Hassanzadeh afirmou que “a causa deste incidente foi a explosão de vários contentores armazenados na zona do cais do porto de Shahid Rajaee”. De acordo com a agência britânica Reuters, um porta-voz de Teerão disse que, apesar de que seja provável que produtos químicos tenham causado a explosão, o motivo exato não foi possível determinar ainda.
A empresa de gestão de risco marítimo inglesa Ambrey, citada pela AP, reportou que, em março, o porto recebeu uma carga de “combustível de foguete de perclorato de sódio”. “O incêndio foi alegadamente o resultado do manuseamento inadequado de um carregamento de combustível sólido destinado a ser utilizado em mísseis balísticos iranianos”, salientou.
O combustível tinha sido transportado por dois navios que partiram da China, revelou a revista britânica “Financial Times”. Seria usado para repor os stocks de mísseis, esgotados após os ataques contra Israel, no contexto da guerra na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro e as Forças de Defesa de Israel não comentaram o caso, mas um oficial hebraico ouvido pelo Canal 12 de Israel negou qualquer envolvimento na explosão. Em fevereiro de 2024, o Irão acusara Telavive de ser o responsável por um ataque a gasodutos.
Ordem de investigação
“Ao expressar profundo pesar e simpatia pelas vítimas na província de Hormozgan, emiti uma ordem para investigar a situação e as causas do incidente”, publicou o presidente Masoud Pezeshkian, na rede social X (ex-Twitter). “O ministro do Interior foi enviado à região como representante especial para examinar de perto as dimensões do acidente, estabelecer a coordenação necessária e tratar das condições dos feridos”, acrescentou.