A extrema-direita alemã vai eleger uma nova direção até domingo, numa reunião que está a ser marcada por manifestações de opositores.
Corpo do artigo
A Alternativa para a Alemanha (AfD) causou um terramoto político nas eleições parlamentares alemãs de 24 de setembro, quando conseguiu ocupar lugares na Câmara dos Deputados após obter 12,6% dos votos.
Agora tem 92 representantes na Câmara dos Deputados, situação nunca vista em relação a partidos de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial.
Com base neste sucesso, a AfD, que também está presente em 14 dos 16 parlamentos regionais, reúne cerca de 600 delegados neste fim de semana em Hanôver, no norte do país.
O objetivo da reunião é nomear novos líderes e ter um roteiro político para se posicionar como principal adversário da chanceler Angela Merkel.
8500 opositores são esperados em Hanôver para protestar contra as políticas anti-imigração da AfD
Há dois meses, a AfD deleitou-se com as dificuldades da chanceler alemã que, depois de 12 anos no poder na Alemanha, saiu enfraquecida das eleições legislativas e tem estado a tentar forjar uma coligação para poder governar o país com uma maioria.
À margem do congresso do partido de extrema-direita, que começou este sábado de manhã, várias centenas de manifestantes tentaram bloquear o acesso à reunião, antes de a polícia usar canhões de água para abrir a estrada.
No total, cerca de 8500 opositores são esperados em Hanôver, onde pretendem manifestar-se contra as políticas anti-imigração da AfD.
Milhares de polícias foram mobilizados para evitar confrontos e o sindicato da polícia GdP apelou à calma, depois dos confrontos que eclodiram durante o congresso do partido em abril, em Colónia, no oeste da Alemanha, em que vários polícias ficaram feridos.