Extrema-direita exige novas eleições na Alemanha após falhanço na eleição de Merz

Co-líder da AfD, Alice Weidel
Foto: HANNIBAL HANSCHKE/EPA
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) exigiu novas eleições legislativas no país, após o conservador Friedrich Merz não ter conseguido ser eleito chanceler na primeira ronda de votação no parlamento alemão.
"Estamos prontos para assumir a responsabilidade governamental. Merz deve renunciar imediatamente e o caminho deve ser aberto para novas eleições no nosso país", declarou a co-líder da AfD, Alice Weidel, na rede social X.
Alice Weidel afirmou ainda que Merz é o primeiro candidato a chanceler da República Federal da Alemanha a ser rejeitado na primeira ronda de votação no parlamento, acrescentando que isto mostra "a base fraca sobre a qual foi construída a pequena coligação entre a CDU/CSU e o SPD (sociais-democratas), que foi derrotada pelos cidadãos”.
Na semana passada, o serviço de informação interno da Alemanha classificou o AfD – que ficou em segundo lugar nas eleições parlamentares de 23 de fevereiro - como uma organização de “extremismo de direita”, tornando o partido passível de uma vigilância maior e mais ampla pelas autoridades do país.
O líder conservador, Friedrich Merz, falhou esta terça-feira a maioria necessária na primeira volta da eleição para chanceler, com a sessão no Bundestag a ser interrompida.
Na votação secreta realizada no Bundestag (parlamento), o líder da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) obteve 310 votos a favor, menos seis do que a maioria necessária de 316, levando à suspensão da sessão.
Os partidos da coligação CDU/CSU e SPD têm um total de 328 lugares no Parlamento.
O líder da CDU, de 69 anos, que deveria suceder a Olaf Scholz, prometeu dar prioridade à unidade e à segurança europeia face às ameaças da nova administração norte-americana de Donald Trump e à guerra em curso na Ucrânia, após a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
Internamente, Merz quer promover ideias como a redução dos impostos sobre as empresas para renovar o modelo económico alemão, o que poderá ser bloqueado pelo parceiro de coligação, o Partido Social-Democrata (SPD).
As políticas de imigração deverão ser um dos focos de Merz, com um agravamento e rejeição dos requerentes de asilo sem documentos nas fronteiras do país, apesar de a Comissão Europeia já ter salientado a necessidade de uma abordagem coletiva e unificada sobre migração.
