O partido dos Democratas da Suécia (extrema-direita), que liderou pela primeira vez as intenções de voto numa sondagem recente, exigiu, este sábado, a realização de um referendo sobre a política de imigração.
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"Chegou a altura de ter na Suécia um referendo sobre a nossa política de imigração", declarou o líder da formação, Jimmie Akesson, num discurso perante apoiantes.
As hipóteses de conseguir efetivar um referendo são fracas, uma vez que o parlamento é obrigado a pronunciar-se sobre a realização de qualquer referendo e apenas seis escrutínios deste tipo foram organizados no país desde 1922.
No ano passado, a Suécia recebeu 80 mil refugiados, sendo, em termos proporcionais, o país da UE com maior número de refugiados. A população da Suécia é atualmente de 9,7 milhões de habitantes.
Com um generoso sistema social, reputação de tolerância e de economia saudável, a Suécia é um dos destinos privilegiados dos migrantes que fogem de conflitos, ditaduras ou miséria.
Akesson considerou que a política de abertura da Suécia e o sistema de ajudas sociais contribuíam para o atual fluxo de migrantes na Europa.
"O que é que faz as pessoas arriscarem a sua vida e a dos seus filhos para virem para aqui? Acredito que as políticas laxistas de outros partidos são a causa de muitos destinos trágicos, que provocam a morte", declarou.
Os Democratas da Suécia (SD), oriundos da extrema-direita mais radical, entraram no parlamento em 2010, apresentando um programa anti-imigração.
O partido tornou-se na terceira maior força do país nas eleições gerais do ano passado, com 12,9% dos votos e 49 de 349 lugares do parlamento.
De acordo com uma sondagem do instituto Yougov, publicada há uma dezena de dias, 25,2% dos eleitores manifestaram a intenção de votar nos SD, colocando a formação à frente dos sociais-democratas do primeiro-ministro, Stefan Lofven (23,4%).
Uma outra sondagem, publicada hoje e realizada pelo instituto Novus, dá aos Democratas 18,6% das intenções de voto contra 25,8% para os sociais-democratas.
Todos os restantes partidos representados no parlamento recusaram aliar-se ao SD e rejeitaram as posições sobre os imigrantes, que consideram trabalhadores essenciais num país onde a população está a envelhecer.