A rapidez com que as fotografias do atentado à maratona de Boston circularam na Internet fizeram com que alguns familiares das vítimas reconhecessem os feridos através das redes sociais. É o caso de Richard Whalley, que descobriu o pai e a mãe desta forma.
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Richard Whalley, de 25 anos, encontrou na Internet a imagem do pai que lhe permitiu descobrir o local onde ele e a mãe se encontravam. O irmão mais velho de Whalley viu a fotografia de um homem coberto de sangue, sentado numa cadeira-de-rodas e a chorar de dor e ligou imediatamente a Richard, a contar que tinha visto o pai. "Era duro de se ver", disse Whalley ao jornal "The Times".
Whalley e o irmão tentaram desde logo telefonar para os hospitais locais, mas a procura foi em vão. Os irmãos encontraram a foto na rede social Reedit e partilharam-na no Facebook, com uma mensagem a pedir ajuda para encontrar os pais, na manhã de segunda-feira.
"Não faço ideia onde estão os meus pais. Foram ambos vítimas das explosões. Estou a tentar encontrar o hospital em que se encontram. Podem ajudar-me? Eles parecem estar com ferimentos graves e estou preocupado com a minha mãe," dizia a mensagem publicada no Facebook.
Foram necessários cerca de 10 minutos para Whalley perceber porque é que não tinha conseguido encontrar os pais: tinham dado entrada no hospital com nomes diferentes.
Graças à ajuda dos amigos do Facebook, à terceira chamada recebida, o hospital Brigham and Women's decidiu verificar os nomes. Ann e Eric, pais de Whalley, tinham sido encontrados.
No dia seguinte, Whalley informou todos os que o ajudaram: "Os meus pais estão em segurança. Os resultados dos exames e das cirurgias foram positivos para o meu pai, por isso temos tido sorte. A ajuda tem sido extraordinária," publicou na rede social.
O papel das redes sociais em situações de tragédia
A história da família Whalley é uma entre muitas, que ilustra a importância das redes sociais em situações como a tragédia da maratona de Boston. Ferramentas como o Facebook, Reedit, Twitter e o Google Person Finder têm facilitado o encontro de familiares que se encontravam desaparecidos, desde o atentado.
Entretanto, foi criada, pelos amigos de Whalley, uma página Give Forward para ajudar Eric e Ann a pagar as despesas médicas. Em poucos dias a página conseguiu juntar 45 mil dólares, com a ajuda de 1000 contribuições anónimas.
Ainda assim, a informação que circula na Internet também tem provocado falsas acusações contra pessoas inocentes, com várias imagens de possíveis suspeitos a percorrer a rede, só porque transportavam malas e se encontravam perto dos locais das explosões.