Uma das duas caixas negras do Boeing 787-8 Dreamliner da Air India que se despenhou depois de levantar do aeroporto de Ahmedabad, na Índia, causando 268 mortos, entre eles sete cidadãos com passaporte português, foi encontrada no telhado do edifício contra o qual o avião chocou. A segunda permanece desaparecida.
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Nenhum dado contido no também chamado Gravador Digital de Dados de Voo (GDDV) foi revelado publicamente. A investigação está a ser levada a cabo pelo Gabinete de Investigação de Acidentes de Aviação da Índia (AAIB), que conta com o apoio de especialistas norte-americanos, inclusive da própria Boeing, e tem mantido o silêncio.
Apesar do sigilo que envolve os trabalhos, surgiram diferentes teorias sob as razões que poderão ter provocado o acidente. Jason Knight, professor de Mecânica da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, disse ao jornal britânico “The Guardian” que a causa mais provável poderá estar relacionada com “uma falha dos dois motores”.
“O problema ocorreu muito repentinamente na parte final da descolagem e foi sério o suficiente para se tornar incontrolável”, afirmou, igualmente ao “The Guardian”, John McDermid, da Universidade de York. “A causa mais provável é uma colisão com pássaros”, indicou à Sky News Jason Knight, da Universidade de Portsmouth, também na Grã-Bretanha.
À BBC, especialistas falaram no não acionamento de uma turbina de emergência.
O voo AI 171 da Air India tinha como destino o aeroporto de Gatwick (Londres) e despenhou-se ainda em Ahmedabad, a maior cidade do estado de Gujarate, no Noroeste da Índia, com sete milhões de habitantes.
Era pilotado pelo comandante Sumeet Sabharwal, o qual, referiu a BBC, tinha 22 anos de experiência traduzidos em mais de 8000 horas no ar.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deslocou-se ontem ao local do acidente e manifestou o seu pesar. “Estamos todos devastados com esta tragédia aérea. A perda de tantas vidas de forma tão repentina e dolorosa é indescritível”, escreveu Modi nas redes sociais.
O governante visitou, também, o hospital onde se encontra internado o único sobrevivente, Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos. Sentado no lugar 11A, Ramesh, que tem dupla nacionalidade britânica e indiana, escapou com ferimentos ligeiros, tendo deixado o aparelho pelo próprio pé.
“Não consigo acreditar como saí vivo do avião”, disse, citado pelo jornal “Hindustan Times”.
O irmão, que seguia ao seu lado, morreu.