A escassez de precipitação e as altas temperaturas colocaram o Uruguai numa situação de seca extrema, o pior registo desde há 74 anos. Ao mesmo tempo, a população está revoltada com as decisões do governo, que pretende fornecer milhões de litros de água à gigante tecnológica Google.
Corpo do artigo
A empresa norte-americana pretende construir um centro de dados em Canelones, no Uruguai, que utilizará 7,6 milhões de litros de água para “arrefecer os seus servidores - o equivalente ao consumo doméstico diário de 55 mil pessoas”, avança o “The Guardian”.
A população uruguaia revoltou-se contra este plano, visto que o país está a passar por uma das piores secas de que há registo e a água utilizada viria do sistema público de água potável.
“Apenas uma pequena parte da água no Uruguai é usada para consumo humano. A maior parte é usada para grandes indústrias agrícolas”, revelou Daniel Peña, pesquisador da Universidade da República em Montevidéu.
Face aos protestos, a Google fez um comunicado, no qual garantiu que os planos de construção estão a ser revistos e espera-se que os valores de água necessária diminuam. “Na Google, a sustentabilidade está no centro de tudo o que fazemos, e a forma como concebemos e gerimos os nossos centros de dados não é exceção", acrescentou a empresa.
Com a seca dos rios e do principal reservatório de água do país, o Governo passou a abastecer a população com água proveniente do estuário do Rio da Prata, “onde a água do mar se mistura com a água doce, dando à água da torneira um sabor salgado”, escreve o mesmo jornal.
A população uruguaia tem-se manifestado, visto que toda esta situação já começou a afetar e mesmo a pôr em risco a saúde dos cidadãos.