Em Belo Horizonte, no Brasil, uma família acusou uma obstetra do Hospital das Clínicas de matar a sua filha durante o parto. O caso ocorreu na madrugada do dia 1 de maio, porém, a história só se tornou pública esta semana.
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Ranielly Santos, mãe da bebé, deu entrada no hospital no dia 24 de abril e entrou em trabalho de parto seis dias depois, na madrugada do dia 1 de maio. Segundo a família, a obstetra permitiu que o pai da bebé acompanhasse o momento do nascimento dentro da sala e, apesar do progenitor ter conseguido assistir aos primeiros movimentos da filha, a felicidade acabou minutos depois.
De acordo com o pai, um grande tumulto instalou-se no bloco operatório e a responsável pelo parto subiu para a barriga da mãe, de forma a retirar o bebé rapidamente. Foi neste momento que, segundo o jornal brasileiro G1, "a médica tinha arrancado a cabeça da criança".
Ranielly contou aos jornalistas que quando acordou a médica lhe deu a notícia da morte da filha, alegando ter feito os possíveis para salvá-la. A progenitora acrescenta ainda que o corpo da bebé foi-lhe entregue e era visível uma linha à volta do seu pescoço.
A família relata que algumas horas após o incidente, uma assistente social do hospital entrou em contacto para dar conta que todos os gastos do funeral seriam assumidos pela unidade de saúde. Foi-lhes ainda pedido que assinassem uma declaração que continha a seguinte mensagem: "a necropsia já foi realizada no hospital, o corpo da criança já foi examinado e não será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Civil de Minas Gerais".
BH: #PCMG investiga morte de recém-nascida, ocorrida em 1º/5, durante o parto em uma unidade hospitalar, no bairro Santa Efigênia. O corpo está no Instituto Médico-Legal dr. André Roquette (IMLAR) para ser submetido a exames. A #PCMG informa que inquérito foi instaurado para + pic.twitter.com/sm15ivzOai
- Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) (@pcmgoficial) May 8, 2023
No dia 8 de maio, após a família ter denunciado o caso, o Hospital das Clínicas declarou que "à data do ocorrido, o feto apresentava 30 semanas de gestação e, através de uma constatação prévia feita pela equipa de Medicina Fetal, foram descobertas malformações no feto, incluindo malformação pulmonar grave".
O centro hospitalar explicou ainda que, durante o tempo em que esteve internada, o quadro clínico da mulher se agravou exponencialmente e, como tal, a equipa médica optou por induzir o parto, pois temia pela sua vida.
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e a Polícia Civil afirmam que o caso está a ser analisado e estão a ser apuradas as "causas e circunstâncias do ocorrido", numa tentativa de ouvir e perceber ambas as partes.