Os herdeiros do ditador espanhol Franco foram, esta quinta-feira, obrigados a devolver o Paço de Meirás, na Galiza, ao Estado espanhol para cumprir a sentença judicial que outorgou a mansão a propriedade pública. O imóvel esteve na família do general durante 82 anos.
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O processo, que terminou pelas 15 horas, arrancou com cerca de uma hora e meia de atraso porque os técnicos do Património tinham de comprovar, visualmente, o estado dos bens antes da entrega das chaves, notícia o jornal espanhol "El País".
Dois dos bens presentes no inventário de 697 itens que a família Franco não podia remover do lugar, a Casa das Conchas e um anexo a este imóvel, não faziam parte do reclamado pelo Estado, pelo que continuarão nas mãos dos herdeiros do ditador.
"O conteúdo do Paço de Meirás vai continuar como está hoje na esperança de que haja uma sentença firme", explicou Consuelo Castro Rey, chefe da Advocacia do Estado, que sublinhou a sensação de "justiça histórica" deste ato.
"É a devolução de um bem que chega às mãos de onde nunca deveria ter saído", acrescentou.
A comissão judicial foi recebida à porta do imóvel por vários ativistas do Bloco Nacionalista Galego que entoaram frases com "o Paço é do povo", "devolva-nos o foi roubado" e "franquismo nunca mais".
A ordem dada pelo tribunal de Primeira Instância da Corunha sublinhava que os peritos tinham de revistar os jardins e todas as divisões do Paço "para verificar que os bens estavam no mesmo estado em que estavam quando foi feita a inspeção de 11 de novembro".
Depois da inspeção, as chaves do Paço foram entregues à Administração Geral do Estado, que tem, a partir desta quinta-feira, 20 dias úteis para determinar que bens podem ser entregues à família Franco.
O Paço reabrirá portas dentro de cinco ou seis semanas.