A família de Anis Amri, o suspeito de ser o autor do ataque que, na segunda-feira, vitimou mortalmente 12 pessoas num mercado de Natal em Berlim, diz-se chocada e pede ao tunisino para se entregar.
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Depois de as autoridades alemãs terem levado Nour Al Houda, a mãe de Anis Amri, para prestar depoimento, em Oueslatia, Tunísia, onde vive, os irmãos do suspeito falaram à agência Associated Press.
"Estou em choque como todos os cidadãos tunisinos. Quando a polícia veio cá a casa para vir buscar a minha mãe, soube logo que era por causa do meu irmão", contou aos jornalistas Abdelkader Amri, que disse não querer acreditar na possibilidade de o seu irmão estar envolvido no ataque.
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"No entanto, se ele fez aquilo de que realmente é acusado, vai ser sancionado por isso", disse Abdelkader, residente em Tunis, capital da Tunísia.
"Se o meu irmão me está a ouvir pela televisão, quero dizer-lhe que condeno aquilo que ele fez. Peço-lhe para se entregar", apelou Walid Amri, outro irmão do suspeito.
Abdelkader e Walid, avançou a BBC, admitem que o suspeito teve problemas com a justiça na Europa - para onde terá ido aos 17 anos para trabalhar - e que o próprio acabou de sair de uma pena de prisão de três anos e meio, em Itália.
Um vizinho da mãe de Anis, entrevistado pelos jornalistas na Tunísia, disse que o suspeito rumou à Itália ilegalmente e que lá se envolveu no roubo de um carro. O jornal britânico "The Telegraph" escreve que o tunisino incendiou uma escola italiana em 2011 e que foi libertado da prisão de Ucciardone, em 2015.
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Segundo Walid, que diz ter falado com Anis há cerca de dez dias, o irmão estaria a pensar regressar à Tunísia em janeiro. "Estava a conseguir poupar dinheiro, por isso podia voltar, comprar um carro e começar um negócio. Era esse o sonho dele", revelou.
O nome de Anis Amri surgiu depois de a polícia ter encontrado os seus documentos de identificação no camião que abalroou um mercado de Natal, em que morreram 12 pessoas, na passada segunda-feira, em Berlim. A procuradoria-geral alemã disse que as impressões digitais de Amri foram encontradas por todo o veículo.
"A este ponto da investigação, assumimos que Anis Amri conduziu o camião", disse a porta-voz Frauke Koehler, que confirmou que a polícia está a investigar vários locais de Berlim e de Renânia do Norte-Vestfália, onde o suspeito vivia.
Esta quinta-feira, as autoridades berlinenses evacuaram um centro comercial, depois de terem recebido um alerta de um "saco suspeito", que se revelou falso.