Os sobreviventes do acidente do barco de pesca espanhol que naufragou na Terranova (Canadá) e os habitantes da vila galega de Marín, de onde são naturais, exigiram este domingo a retoma das buscas pelas 12 pessoas que continuam desaparecidas.
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A embarcação Villa de Pitanxo, oriunda da vila espanhola de Marín, situado na província de Pontevedra (Galiza), naufragou na passada terça-feira com 24 pessoas a bordo, das quais três sobreviveram.
Dos 24 tripulantes, 16 tinham nacionalidade espanhola, cinco eram peruanos e três ganeses.
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Várias pessoas de Marín juntaram-se este domingo, em protesto, para exigir a retoma das buscas pelos 12 tripulantes que continuam desaparecidos.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, irá deslocar-se na segunda-feira à base aérea de Santiago de Compostela para receber o avião fretado que viajou para a Terra Nova para trazer os três sobreviventes e os corpos dos nove pescadores que morreram.
Metade da tripulação que seguia no Villa de Pitanxo continua desaparecida, numa altura em que as autoridades canadianas suspenderam as buscas, alegando condições meteorológicas adversas.
Sabemos que eles não estão vivos, mas queremos recuperar os seus corpos
Uma das pessoas que participou no protesto foi Maria José Pazo, filha de um dos pescadores desaparecidos, que apelou a que os familiares se desloquem a Madrid para solicitar uma audiência com o presidente do Governo e com o ministro do Trabalho.
Maria José Pazo critica o facto de não existir um rastreio no Atlântico Norte há quatro dias, suplicando que as autoridades retomem as buscas imediatamente. "Sabemos que eles não estão vivos, mas queremos recuperar os seus corpos", afirmou.
O barco de pesca "Villa de Pitanxo, propriedade do armador galego Manuel Nores, afundou-se na terça-feira por volta das 6 horas de Espanha (menos uma hora em Portugal continental), conforme registado pela baliza de sinalização do navio, que contava com uma tripulação de 24 pessoas.
O navio pesqueiro português Novo Virgem da Barca e o navio espanhol Playa Menduiña Dos, que pescavam na zona, estiveram a trabalhar desde o início nas operações de busca, dificultadas pelo mau estado do mar, com ondas de quatro metros de altura e visibilidade de apenas cerca de 500 metros.
Este naufrágio, o mais trágico registado nas últimas décadas na frota pesqueira espanhola, causou consternação em toda a Galiza, onde foram decretados três dias de luto oficial.