Os familiares dos reféns ainda detidos na Faixa de Gaza apelaram esta segunda-feira para que qualquer acordo com o movimento xiita libanês Hezbollah inclua "um pedido explícito" de libertação dos prisioneiros.
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"O ataque de 7 de outubro, orquestrado pelo Hamas e apoiado pelo Irão, trouxe o Hezbollah para o conflito, ligando o seu destino à guerra em Gaza", lê-se num comunicado emitido hoje pelo Fórum das Famílias dos Reféns, que representa a maioria dos 97 reféns ainda em Gaza, mais de 50 dos quais já morreram.
"Os esforços atuais para chegar a um acordo que ponha fim à guerra na frente norte constituem uma oportunidade vital para trazer todos os reféns para casa. A frente norte e a libertação dos reféns estão indissociavelmente ligadas: não podemos e não devemos tratá-las como questões separadas", insistiu a organização no documento.
O Líbano e Israel negoceiam há várias semanas um eventual cessar-fogo, na sequência de uma escalada no final de setembro de bombardeamentos israelitas que prosseguem desde então e de uma invasão terrestre do sul do Líbano iniciada em 01 de outubro.
Segundo uma fonte israelita próxima do processo, as negociações estão "mais perto do que nunca" de chegar a um acordo de cessar-fogo no Líbano, após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter, "em princípio", aceitado a proposta dos Estados Unidos, informou a agência noticiosa espanhola EFE.
"Foram feitos progressos muito significativos", disse a mesma fonte, referindo-se à proposta apresentada a ambas as partes na semana passada pelo enviado especial norte-americano, Amos Hochstein, durante uma deslocação à região.
Netanyahu reuniu-se no domingo à noite com alguns ministros e responsáveis pela segurança para discutir a proposta do enviado da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, na qual concordou em aceitar o projeto "em princípio", embora com "algumas reservas".
A fonte explicou à EFE que tais reservas têm a ver com a "liberdade de ação" sobre o espaço aéreo libanês exigida por Israel no caso de o Hezbollah violar os termos do cessar-fogo e as tropas libanesas - que controlariam a fronteira - não agirem, algo que o Líbano e o grupo xiita rejeitam categoricamente.
A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, uma retirada completa das tropas israelitas do sul do Líbano e negociações entre Israel e o Líbano sobre a demarcação da sua fronteira, que é atualmente uma linha estabelecida pela ONU após a guerra de 2006.