Pais desesperados estão reunidos junto à escola indonésia que desabou, na segunda-feira, enquanto esperam notícias sobre as crianças que ficaram soterradas. Exigem rapidez nas operações, que procuram as dezenas de pessoas ainda desaparecidas, em Sidoarjo, na ilha de Java.
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Depois do desabamento de segunda-feira, que fez pelo menos três mortos, os pais continuam aglomerados à volta das ruínas da escola islâmica, à espera de notícias dos filhos. Citados pela AFP, os encarregados de educação admitem esperança e exigem que as operações de busca e salvamento acelerem. "Acreditamos que nossos filhos ainda possam estar vivos porque pediam socorro", disse Abdul Hanan, cujo filho de 14 anos está desaparecido. "Estamos numa corrida contra o tempo."
Também Dewi Sulistiana aguarda notícias sobre o paradeiro do filho, que contactou pela última vez no domingo, uma vez que a escola limita o acesso dos alunos aos telemóveis. "Estou aqui há dias. A operação está lenta, por que é que está a demorar tanto tempo? Não recebi nenhuma atualização, continuo à espera", comunicou a mãe à AFP.
Questionado, o chefe da Agência Nacional de Busca e Salvamento, Mohamed Syafi"i, explicou que a operação de salvamento é complexa. "O uso de equipamentos pesados pode provocar deslizamentos de terra e colocar em risco a vida dos sobreviventes", disse aos repórteres.
As equipas de resgate estão a utilizar tecnologia como drones com sensores térmicos para localizar sobreviventes, à medida que o período crítico de 72 horas, com as melhores hipóteses de encontrar as vítimas com vida, se aproxima do fim.
Emi Freezer, da Agência de Busca e Salvamento, diz que sinais de vida foram detetados em vários locais e que água e alimentos estão a ser entregues, de forma a manter vivos aqueles que se encontram presos entre os escombros.
Ao desabamento total do edifício somam-se as complicações de um terramoto que ocorreu durante a noite, interrompendo momentaneamente as operações. Segundo os locais, "o desabamento da escola foi tão violento que provocou tremores por todo o bairro", disse Ani à AFP.
De acordo com o porta-voz da agência nacional de gestão de desastres, o prédio desabou após os pilares colapsaram devido a uma nova construção no quarto andar da escola.
Os fracos padrões de construção têm levantado preocupações generalizadas sobre a segurança de edifícios na Indonésia, onde é comum deixar estruturas parcialmente concluídas, permitindo que os proprietários adicionem andares extra posteriormente.