A guerrilha das FARC saudou, esta quarta-feira, o anúncio de negociações de paz entre o Governo de Bogotá o ELN, a segunda rebelião do país, considerando-o um "momento histórico" para a Colômbia, confrontado há meio século com um conflito interno.
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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, marxistas) "regozijam-se com a abertura de um diálogo público pela paz na Colômbia" entre o ELN e Bogotá, assinalou na sua conta na rede social Twitter o chefe da delegação das FARC, Iván Márquez, que participa nas conversações com o Governo colombiano desde 2012 em Havana.
O Governo colombiano anunciou hoje o início para breve de negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista) e à semelhança das FARC proveniente de uma rebelião camponesa em 1964.
"Duas mesas [de negociações], um único processo" de paz, "ELN e FARC no caminho da paz", foram outras frases de Iván Márquez, número dois da primeira guerrilha do país (7.000 combatentes), e cujo processo de paz com Bogotá se encontra na fase final, e decisiva.
O ELN (1.500 guerrilheiros segundo estimativas oficiais), está envolvido desde janeiro de 2014 num diálogo "exploratório" com o Governo do Presidente Juan Manuel Santos, mas as discussões pareciam bloqueadas nos últimos meses, com a segunda guerrilha colombiana a retomar a sua ofensiva.
Após Cuba para as FARC, o Equador será o principal local das negociações com o ELN, anunciou o Governo colombiano sem indicar data para o início dos novos contactos.
O complexo conflito armado colombiano, que de prolonga há 52 anos e envolve guerrilhas de extrema-esquerda, paramilitares de extrema-direita e forças armadas, para além das violências dos grupos ligados ao narcotráfico, provocou mais de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados.