Brandemburgo, na Alemanha, vai a votos no domingo. Extrema-direita da AfD e Esquerda conservadora da BSW continuam a crescer à boleia do discurso contra a imigração, negacionismo climático e rejeição de sanções à Rússia e apoio à Ucrânia. Sociais-democratas governam Estado do Leste desde a reunificação alemã, em 1990.
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Depois do choque no início de setembro, adivinha-se mais uma vitória para a extrema-direita na Alemanha: a AfD lidera as sondagens para as eleições no Estado do Brandemburgo, alicerçada, como é sua imagem de marca, na demonização dos imigrantes muçulmanos, no negacionismo climático e na rejeição do apoio à Ucrânia e das sanções à Rússia. Diz o historiador alemão Ilko-Sascha Kowalczuk que “desde a reunificação, em 1990, a liberdade e a democracia nunca estiveram tão ameaçadas como agora”.
De acordo com as previsões, a Alternativa para a Alemanha (AfD) deverá ser o partido com maior crescimento (28,4%) relativamente às eleições anteriores: segue com quatro pontos de avanço sobre os sociais-democratas (SPD), que governam o Brandemburgo, a solo ou em coligação, desde 1990. Os partidos tradicionais estão estagnados ou em perda e repete-se a previsão de um bom resultado (13,8%) para a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), os conservadores de Esquerda, que coincidem com a extrema-direita no discurso anti-imigração (ainda que menos agressivo), na contestação à prioridade às energias renováveis (por porem em causa a capacidade industrial), e na rejeição do apoio financeiro e militar à Ucrânia.