Fechado à chave e deixado à fome. Mulher manteve enteado em cativeiro durante 20 anos
Uma mulher prendeu o enteado em cativeiro durante 20 anos, em Connecticut, nos Estados Unidos da América. O homem, agora com 32 anos, incendiou o próprio quarto para tentar escapar.
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Pesadelo é o que descreve estes 20 anos passados por um homem preso dentro do próprio quarto, em Connecticut, nos Estados Unidos. Kimberly Sullivan, de 56 anos, manteve o enteado em cativeiro desde os 11 anos, submetendo-o à fome, negligência e tratamento desumano.
A vítima, agora com 32 anos, tentou acabar com o desespero e provocou um incêndio no quarto com um isqueiro, um desinfetante das mãos e papel, para conseguir escapar. “Queria a minha liberdade”, confessou o homem depois de ser encontrado pelas autoridades, a 17 de fevereiro.
O jovem americano pesava 30 quilos e estava em condições precárias. “Em 33 anos de aplicação da lei, este é o pior tratamento da humanidade que já testemunhei. Foi pior do que as condições de uma cela de prisão”, partilhou Fernando Spagnolo, chefe da polícia.
O homem lembra-se de estar fechado com três anos de idade. Durante algum tempo, saía durante a noite para procurar comida e bebida, mas quando a madrasta encontrou vestígios desses alimentos, trancou-o de vez. Perante a ausência prolongada no estabelecimento de ensino, alguns assistentes sociais visitaram a residência para confirmar o bem-estar do refém e a madrasta pedia-lhe para mentir e agir como se estivesse a viver uma infância feliz e normal, relatam os meios de comunicação social norte-americanos.
À medida que crescia, mais fechaduras eram adicionadas ao exterior da porta do quarto e a vítima só se ausentava da divisão para realizar tarefas propostas pela madrasta, sempre sob supervisão.
“Fui mantido em segredo durante toda a minha vida”, disse o jovem às autoridades. Após a morte do pai, em 2024, as condições pioraram ainda mais. O homem só saía de casa no máximo um minuto por dia, para levar o cão à rua.
Kimberly Sullivan foi detida esta quinta-feira, acusada de agressão, sequestro, entre outros crimes, mas continua a negar todas as acusações.