O presidente do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, discursou esta terça-feira no Congresso dos Deputados para apresentar a proposta de um novo Executivo. O conservador lançou críticas ao independentismo catalão, condenando a ideia de uma amnistia.
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Feijóo abriu o debate para a investidura destacando três razões para liderar o próximo Governo espanhol. O popular referiu o primeiro lugar do PP nas eleições legislativas de 23 de julho, a indicação do rei e a vontade de "oferecer à Espanha uma alternativa".
O ex-presidente de Galiza logo começou a atacar os movimentos indepentistas e o projeto de uma amnistia, afirmando que esta medida não bastaria para superar o conflito catalão. "Tenho princípios, limites e palavra", acrescentou.
"Tenho ao meu alcance os votos ser presidente de Governo, porém não aceito pagar o preço que me pedem", salientou o líder do PP, que reúne 172 votos com a ajuda do Vox, União do Povo Navarro e Coligação Canária. Na primeira votação, que deve acontecer na quarta-feira, o conservador precisa de 176 apoios para uma maioria absoluta.
"Puigdemont quer um presidente que seja aliado nos seus esforços pessoais e partidários. Ele não se importa se é do PP ou do PSOE. Ele ofereceu-nos exatamente a mesma coisa. A única diferença, portanto, só pode estar na integridade dos dois possíveis candidatos", disse Feijóo, citado pelo diário "El País", referindo-se ao atual primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez.
O popular alertou ainda que a "Espanha vive uma deterioração institucional sem precedentes e em risco de piorar ainda mais". Feijóo mencionou os problemas económicos das famílias espanholas e até mesmo a Guerra na Ucrânia como desafios.
Crime de "deslealdade constitucional"
O líder do PP apresentou uma proposta para o crime de "desleadade institucional", que serveria para recuperar o "espírito" do antigo delito de sedição. Outro projeto seria a punição para o crime de desvio de fundos públicos.
"Devemos fortalecer os instrumentos de proteção da dignidade do Estado", declarou Feijóo. Neste mesmo contexto, o conservador condenou também a presença de ex-membros do grupo terrorista ETA no EH Bildu, colocando foco na aliança do partido com o PSOE.
Assim como apresentou críticas aos bascos, o popular agradeceu a extrema-direita espanhola. O Vox assegurou um "respaldo responsável e generoso", apesar das "discrepâncias", disse o presidente do PP.
Na segunda parte, Feijóo apresentou propostas para diversas áreas, como reformas fiscais e judiciárias, e o aumento do salário mínimo e nas pensões. Uma das principais promessas é a diminuição dos impostos.
No encerramento do discurso, relembrou os partidários de Pedro Sánchez que foram expulsos do PSOE. O conservador destacou a "presença territorial" do PP, referindo os números do partido em todo o país.