O presidente da empresa ferroviária espanhola Renfe garantiu esta quinta-feira que o comboio que descarrilou na quarta-feira perto de Santiago de Compostela, em Espanha, não tinha nenhum problema técnico, assegurando que o veículo tinha chegado de uma revisão.
Corpo do artigo
O comboio "não tinha nenhum problema técnico", afirmou Julio Gómez-Pomar Rodríguez, em declarações à rádio privada Cadena Cope.
Segundo adiantou, o comboio chegou, na manhã do dia do acidente, de uma revisão. "Estes comboios vão a uma revisão aos 7.500 km, depois aos 50 mil e depois aos 150 mil", explicou o presidente da Renfe, acrescentando que "o dossiê de controlo do comboio estava perfeito".
Julio Gómez-Pomar Rodríguez referiu ainda que o mecânico responsável pelo comboio tem 52 anos de idade e 30 de experiência na empresa, trabalhando naquela linha há mais de um ano.
Um comboio de alta velocidade que fazia a rota entre Madrid e Ferrol descarrilou na quarta-feira às às 20.40 horas locais (19.40 em Portugal continental) a três quilómetros de Santiago de Compostela, num acidente em que morreram pelo menos 78 pessoas e cerca de 130 ficaram feridas, segundo o último balanço feito pelo delegado do Governo de Espanha na Galiza.
Um dos maquinistas do comboio que descarrilou já reconheceu que viajava a cerca de 190 quilómetros por hora numa zona limitada a 80, informaram fontes da investigação citadas pela agência Efe.
Depois do acidente, o condutor disse numa comunicação por rádio que ia a uma velocidade muito superior àquela que era permitida na curva onde ocorreu o desastre.
O secretário de Estado espanhol dos Transportes, Rafael Catala, disse, entretanto, à rádio Cadena Ser que "a tragédia parece estar ligada a uma infração, um excesso de velocidade", hipótese que está a ser veiculada por toda a imprensa espanhola.
No entanto, alertou, "devemos esperar pelos resultados do inquérito judicial da comissão de inquérito do Ministério" dos Transportes, acrescentou.
A polícia e técnicos ferroviários estão desde a noite de quarta-feira a investigar as causas do acidente, enquanto a Polícia Nacional espanhola enviou de Madrid para Santiago de Compostela mais três especialistas para colaborar na identificação de cadáveres, técnicos que se juntam aos seis agentes que se deslocaram na noite de quarta-feira para o local do acidente.
Cerca de 500 agentes da Polícia Nacional participam no dispositivo montado após o descarrilamento do comboio, em que viajavam 247 passageiros, disseram à Efe fontes policiais.
O acidente é um dos mais graves da história ferroviária em Espanha e o primeiro com mortes nas linhas de alta velocidade do país.