O tribunal de Cleveland impôs uma fiança de oito milhões de dólares (cerca de seis milhões de euros) a Ariel Castro, o presumível autor do rapto de três mulheres durante quase uma década, nos EUA. Na primeira vez que foi visto em público, o alegado sequestrador mostrou uma expressão facial impenetrável.
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Ariel Castro, de 52 anos, compareceu esta manhã no tribunal municipal de Cleveland, nos EUA. Algemado, cabeça baixa e com um rosto de expressão impenetrável, ouviu a juíza Lauren Moore estabelecer a fiança em oito milhões de dólares (aproximadametne seis milhões de eruos).
A juíza estabeleceu dois milhões de dólares de fiança por cada uma das três mulheres mantidas sob sequestro, durante os últimos 10 anos, e outro tanto pela criança, de seis anos, que nasceu em cativeiro, de uma gravidez de uma das vítimas, Amanda Berry, atualmente de 27 anos.
Ariel Castro, um porto-riquenho de 52 anos, foi acusado de violação e quatro raptos: os de Amanda Berry e da filha Jocelyn, nascida em cativeiro, de Gina DeJesus e de Michelle Knight, anunciaram as autoridades de Cleveland.
A defensora oficiosa de Ariel Castro disse que o suspeito precisa de 800 mil dólares (cerca de 600 mil euros) para sair da prisão. "Não tem dinheiro algum. Claramente, não tem esse tipo de montante", disse Kathleen DeMetz.
A advogada nomeada pelo tribunal disse que Ariel Castro está desempregado e acredita que deve ser mantido numa cela em isolamento. Actualmente, o suspeito está numa cela vigiada em permanência, para evitar um eventual suicídio.
O advogado de acusação, em representação do Ministério Público local, Brian Murphy, disse que Ariel Castro "foi uma prisão para três mulheres e uma criança", referindo-se às mulheres, raptas há quase uma década, e que terão vivido acorrentadas na chamada "casa dos horrores" de Cleveland, tendo servido como "escravas sexuais" do suspeito.
"Hoje, a situação inverteu-se, virou-se contra ele. Ariel Castro apresenta-se perante vós como um prisioneiro, em cativeiro", acrescentou Brian Murphy.
O chefe adjunto da polícia local, Ed Tomba, disse que o antigo motorista de autocarro escolar foi designado como o único responsável pelos raptos.
Também compareceram em tribunal os irmãos do acusado, Pedro Castro, de 54 anos, e Onil, de 50 anos.
Os dois irmãos foram também detidos na segunda-feira juntamente com Ariel, mas na quarta-feira o procurador de Cleveland, Victor Perez, informou que não seriam acusados, uma vez que a polícia não encontrou provas do seu envolvimento no sequestro das mulheres.
Pedro e Onil Castro tinham acusações pendentes por delitos menores relacionados com o consumo de álcool e drogas em público. A juíza acabou por decretar a sua libertação.
Durante a audiência, os dois irmãos, que também envergavam macacões azuis, não dirigiram qualquer palavra a Ariel, que permaneceu de pé ao seu lado.