Filho da mulher que levou tio morto ao banco diz que mãe "nunca precisou de roubar"
Um dos filhos da brasileira que levou um idoso morto ao banco em Bangu, Rio de Janeiro, para levantar um empréstimo, garante que a mãe sempre foi "uma inspiração" e "nunca precisou de roubar".
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Lucas Nunes, filho de Érika Nunes, contou que a progenitora "criou seis filhos e nunca precisou de roubar". Segundo o jovem, a mãe "encaminhou os seis filhos nesta vida, e encaminhou-os muito bem", ensinando-lhes "o caminho do que é correto”, afirmou no programa "Fantástico", do G1.
"A nossa vida é uma vida muito bem encaminhada e a minha mãe sempre foi a nossa maior inspiração", acrescentou.
Érika Nunes levou um idoso morto numa cadeira de rodas a um banco no Rio de Janeiro, para pedir um empréstimo de 17 mil reais (três mil euros) para comprar uma televisão. As funcionárias do estabelecimento aperceberam-se de que o homem não estaria bem quando lhe pediram para assinar um documento e ele não reagiu. O momento foi filmado e divulgado nas redes sociais, acabando por chegar à Imprensa mundial.
Quando foi interrogada, a mulher disse que era sobrinha e cuidadora do idoso, Paulo Roberto Braga, de 68 anos. No entanto, as autoridades suspeitam que seja prima. A brasileira acabou por ser detida por tentativa de furto através de fraude e profanação de cadáver, encontrando-se agora em prisão preventiva.
A advogada da mulher, Ana Carla Correa, defendeu que o idoso estava vivo quando chegou ao banco e que a mulher tem problemas psicológicos. “A senhora Érika faz um tratamento psicológico, toma remédios controlados. Fez cirurgia bariátrica e precisa de tratamento psicológico”, sustentou. “Acredito que estava num surto naquele momento por causa dos medicamentos. Estava visivelmente alterada".
Suspeita tem histórico de doença mental
Segundo o portal "Fantástico", a família de Érika Nunes já apresentou relatórios médicos assinados por psiquiatras que atenderam a mulher. Em 2022, um médico pediu que a detida fosse internada devido a dependência de sedativos, quadro depressivo, pensamentos suicidas e alucinações auditivas. Em 2023, outro psiquiatra também pediu que a mulher fosse internada por estar dependente de sedativos e hipnóticos.
Já o procurador responsável pelo caso, Fábio Souza, remata que "uma pessoa que tem problemas psiquiátricos pode não entender que o tio está morto, mas, certamente, também não ia entender que tinha de ir buscar o dinheiro. A pessoa não pode ter uma consciência seletiva".
Érika defende-se dizendo que acompanhou o tio ao banco para o ajudar e garante que este estava consciente, ainda que debilitado, quando saiu de casa.
"Ela foi com ele ao banco porque percebeu que ele estava no seu último momento de vida, e tentou, antes da morte dele, retirar esse dinheiro. (...) Ela viu a possibilidade de sacar esse dinheiro, porque era a última chance que tinha" de o fazer, acredita o procurador Fábio Souza.

