Filho de Maduro fala em "vitória do povo venezuelano". Oposição confiante nos resultados
As urnas eleitorais já estão encerradas na Venezuela. Os resultados das eleições presidenciais serão conhecidos nas próximas horas. Junto às assembleias de voto, o clima foi de tensão. Tanto o atual presidente, Maduro, como a oposição, encabeçada por Edmundo Gonzalez Urrutia, dizem estar confiantes na vitória.
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Numa altura em que as informações são contraditórias, Nicolas Maduro Guerra, filho do atual presidente da Venezuela, defendeu no X (antigo Twitter) que o resultado das eleições expressa "a vitória do povo venezuelano".
Momentos depois, um representante da candidatura de Maduro agradeceu a valentia do povo que foi votar, referindo que, apesar de não poder adiantar resultados, eles são "sorridentes".
Oposição fala em "dia histórico"
Na sede de campanha da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia e Maria Corina Machado (que não se candidatou por ser considerada inelegível), referiram que "este é um dia histórico" para a Venezuela.
Urrutia defendeu ainda que todos os cidadãos "têm o direito de participar na verificação dos resultados", assegurando estar "mais do que satisfeito" com "as expectativas dos resultados".
Maria Corina Machado disse ainda que a oposição conquistou "resultados recorde em 24 estados".
Eleição com "menores incidentes" dos últimos anos
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que o processo eleitoral para a eleição presidencial foi o que registou os "menores incidentes" dos últimos anos.
"Vigiámos e monitorizámos este dia histórico. Podemos dizer que, nos últimos sete anos, este foi o processo eleitoral com menores incidentes. Peço um aplauso ao povo da Venezula", declarou, citado pela agência noticiosa Europa Press.
Saab indicou tratar-se de um "processo rápido e limpo" para garantir o direito e voto e acrescentou que as autoridades "estão em contacto com a maioria dos observadores eleitorais nacionais e internacionais", que "puderem testemunhar a alegria" do povo.
Assinalou ainda que "apenas o poder eleitoral e o seu presidente são os únicos que podem emitir os resultados", a na sequência de uma sondagem da empresa norte-americana Edison Research que projeta uma suposta vitória do candidato opositor, Edmundo Gonzaléz, com 65% dos votos.
Cerca de 21 dos 30 milhões de venezuelanos foram chamados às urnas no domingo para escolher entre 10 candidatos, mas a disputa presidencial será entre dois nomes: Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), herdeiro do antigo líder Hugo Chávez e que procura conquistar um terceiro mandato consecutivo de seis anos, e Edmundo Gonzalez Urrutia (Plataforma Unitária Democrática), um diplomata reformado que substituiu na corrida eleitoral a carismática líder da oposição Maria Corina Machado, declarada inelegível pelas autoridades de Caracas.
Na reta final da campanha, Maduro considerou que uma vitória da oposição poderia originar "um banho de sangue", enquanto a coligação opositora prometeu lutar "até ao fim".
As sondagens mostram que a oposição está à frente nas intenções de voto, mas alguns observadores acreditam que a luta entre Maduro, 61 anos, e Gonzalez Urrutia, 74 anos, é muito mais renhida do que as estimativas sugerem.
Mergulhado numa crise económica sem precedentes, sete milhões de venezuelanos fugiram do país, que conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.
A maioria da população do país vive com alguns dólares por mês e os sistemas de saúde e de educação estão completamente degradados.