Xanda tinha seis anos e foi morto, esta semana, em circunstâncias muito parecidas com as do pai, o leão Cecil, nas proximidades do Parque Nacional de Hwange , no Zimbabué.
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As autoridades conseguiram identificar o jovem leão através de um colar colocado no corpo do animal, para analisar os seus movimentos. Assim que Richard Cooke, um caçador profissional, que terá organizado a caçada, descobriu que o leão tinha um colar entregou o dispositivo aos investigadores do parque.
"O colar foi colocado em outubro. Ele estava a ser monitorizado quase todos os dias e tínhamos conhecimento de que estava a passar muito tempo fora do parque nos últimos seis meses, mas havia pouco a fazer", disse Andrew Loveridge, do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford.
Richard Cooke é um caçador bem conhecido naquela região, que vive em Victoria Falls, perto da fronteira entre o Zâmbia e o Zimbabué, e que organiza este tipo de atividades muito procuradas por milionários norte-americanos e europeus.
https://www.facebook.com/lion.guardians.hwange/posts/678998725616717
Apesar de na página de Facebook "Lions of Hwange National Park" ser atribuída a responsabilidade da morte do leão a Cooke, por ter organizado a caçada, Andrew Loveridge alerta para o facto da morte do animal não ser ilegal.
"Richard Cooke devolveu o colar, comunicando imediatamente o que tinha acontecido. A caçada foi legal e Xanda já tinha mais de seis anos, cumprindo assim todos os requisitos para que a caçada fosse organizada", disse Loveridge.
Porém, a publicação é bem dura para com Cooke, acusando-o mesmo de ser o responsável pela morte de um dos irmãos de Xanda, com apenas quatro anos, em 2005. "Xanda ainda é um jovem leão de seis anos e tem muitas crias jovens. Não podemos acreditar que dois anos depois de Cecil ser morto, a sua cria mais velha tem o mesmo fim", pode ler-se no post, que em poucas horas mereceu a atenção de milhares de cibernautas.
O "Telegraph" adianta que o caçador que matou Xanda, e que continua sob anonimato, terá pago mais de 40 mil euros pela morte do leão. Walter James Palmer, um dentista de 55 anos, do Minnesota, nos EUA, pagou perto de 60 mil euros para matar Cecil, pai de Xanda, há dois anos.
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Esta morte acontece poucos dias depois de um estudo revelar que a sexta extinção em massa de vida na Terra está a acontecer a ritmo galopante.
"Leão Cecil" uniu o mundo pela defesa animal
A 1 de julho de 2015, Cecil foi encontrado morto e decapitado no mesmo parque em o que filho morreu. O leão foi atraído com uma presa morta para uma zona fora da reserva natural e atingido por um disparo de arco e flecha. Ficou toda a noite a sangrar. Dois dias depois, o caçador decapitou o felino.
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"Cecil sofreu uma morte horrível", disse, na altura, Johnny Rodrigues, um dos responsáveis pela conservação da vida animal no Zimbabué. Cecil tinha 13 anos e gerou uma onde de solidariedade mundial. O Empire State Building, em Nova Iorque, projetou uma imagem do leão e uma empresa criou um boneco de peluche para poder arrecadar dinheiro destinado à organização de Oxford que estudava Cecil.