Filipe Nyusi foi eleito, este domingo, presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), depois da demissão de Armando Guebuza.
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Em declarações aos jornalistas à margem dos trabalhos do Comité Central da Frelimo, que termina este domingo, o porta-voz Damião José confirmou que Filipe Nyusi foi escolhido para suceder a Armando Guebuza à frente do principal partido do país.
Nyusi ganha o partido depois de ter sido eleito presidente da República em outubro de 2014, sucedendo também a Armando Guebuza, que havia completado dois mandatos como chefe de Estado.
Dos 189 elementos presentes do Comité Central, 186 votaram a favor, tendo-se verificado duas abstenções e um nulo.
Armando Guebuza demitiu-se, este domingo, da liderança do partido no poder em Moçambique.
A demissão obrigou a alterar os trabalhos do último dia da IV Sessão Ordinária do Comité Central, iniciados na quinta-feira na Matola, de forma a realizar a eleição do novo líder partidário, um tema que não constava da agenda da reunião.
Segundo o porta-voz, Armando Guebuza justificou a decisão com a necessidade de "união e coesão" no partido e "chegou à conclusão de que era o momento ideal para colocar à disposição o seu cargo de presidente da Frelimo, assim como de presidente da Associação de Combatentes da Luta de Libertação Nacional".
À luz dos estatutos, disse Damião José, o ex-líder da Frelimo continuará a ser membro da Comissão Política e "está disponível a continuar a tudo fazer para a manutenção da coesão da vitalidade do partido".
A continuidade de Guebuza na liderança da Frelimo estava a ser questionada por analistas e também por membros do partido, que alertavam para o risco da criação de dois centros de poder, fragilizando o presidente da República, Filipe Nyusi, sobretudo nas negociações com a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal força de oposição, que ameaça tomar o poder pela força se o seu projeto de autarquias provinciais for chumbado no parlamento.