Procuradores finlandeses pediram, esta sexta-feira, dois anos e meio de prisão para o capitão e dois oficiais de um navio suspeitos estar por detrás da rutura de vários cabos no mar Báltico, em 2024, na Finlândia.
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Os três marinheiros do navio-tanque Eagle S, registado nas Ilhas Cook, são acusados de arrastar a âncora do navio pelo fundo do mar durante cerca de 90 quilómetros, danificando cinco cabos submarinos no golfo da Finlândia, em 25 de dezembro de 2024.
Vários países ocidentais acusaram a Rússia de ter planeado o incidente como parte de uma "guerra híbrida" nesta vasta zona marítima.
O Eagle S é suspeito de pertencer à frota fantasma russa, um conjunto de navios usados para transportar petróleo e gás russo, contornando as sanções internacionais.
Durante o julgamento, que começou a 25 de agosto no Tribunal Distrital de Helsínquia, os procuradores argumentaram que o trio tinha sido intencionalmente negligente depois de ter deixado o porto russo de Ust-Luga.
"Pedimos uma pena mínima de dois anos e seis meses de prisão", disse a procuradora Heidi Nummela na audiência final do julgamento, cujo veredito tem data prevista para 3 de outubro.
Os arguidos deviam ter reparado e inspecionado as âncoras quando a velocidade do petroleiro diminuiu, o que "indicava claramente que o navio estava a arrastar alguma coisa", disse à agência de notícias France-Presse a procuradora Krista Mannerhovi durante um intervalo na audiência.
O capitão do Eagle S, o georgiano Davit Vadatchkoria, e os dois oficiais superiores, Robert Egizaryan, de origem georgiana, e Santosh Kumar Chaurasia, de origem indiana, negaram as acusações.
Argumentaram que se tratou de um acidente e garantiram que a queda de velocidade se deveu ao mau tempo e a uma falha do motor.
O capitão indicou que não havia qualquer sinal de que a âncora tivesse baixado no momento do incidente.
"Não havia qualquer razão para duvidar que não estivesse a funcionar corretamente", afirmou quando compareceu em tribunal na semana passada.
O cabo elétrico EstLink 2 e quatro cabos de telecomunicações que ligam a Finlândia à Estónia foram danificados no incidente. O Ministério Público finlandês disse que estes cortes colocaram em risco o abastecimento de energia e as infraestruturas críticas da Finlândia.