O futuro primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila, anunciou esta quinta-feira ter optado por formar o seu Governo com dois outros partidos da direita, os eurocéticos Verdadeiros Finlandeses e os conservadores.
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Para garantir uma maioria, Sipila, líder do Partido de Centro que venceu as legislativas de 19 de abril com a promessa de inverter o declínio da economia, aliou-se aos dois partidos que garantiram a segunda e terceira posição no escrutínio.
"Não foi fácil encontrar uma solução", reconheceu em declarações aos media, após duas semanas de especulações sobre as hesitações entre sociais-democratas e conservadores para segundo parceiro da coligação.
"Tinha muitas possibilidades mas foi a melhor solução. O maior desafio é a nossa situação económica, e nesta conjuntura precisamos de uma coligação forte e que seja capaz de promover reformas", considerou.
Os Verdadeiros Finlandeses (PS), partido que se reforçou no eleitorado com um programa anti-imigração antes de recentrar a sua estratégia política no euroceticismo, participam pela primeira vez num governo finlandês.
"Percorremos um largo caminho (...) Vamos trabalhar em conjunto num programa para o bem da Finlândia", declarou o seu presidente, Timo Soini.
O primeiro-ministro cessante conservador, Alexander Stubb, disse pretender "trabalhar para uma Finlândia aberta, tolerante e internacional, que tenha por fundamentos o crescimento económico e o emprego".
Os três partidos que agora se coligam no poder controlam 124 dos 200 lugares no parlamento e devem ainda negociar o seu programa governamental que deverá assentar no crescimento económico e numa reforma administrativa.
A Finlândia registou dois anos de recessão em 2012 e 2013 e estagnação económica em 2014, que implicou o aumento do desemprego para o nível de 2003. Para além de registar um dos mais rápidos envelhecimentos da população do mundo, confronta-se com as dificuldades em importantes e tradicionais segmentos industriais, como a eletrónica e o papel.
Os dois grandes derrotados desta nova coligação são os sociais-democratas, que estavam divididos sobre a participação no governo, e o Partido Popular Sueco (SFP) que representa a minoria sueca (6% dos 5,4 milhões de habitantes), remetido à oposição pela primeira vez desde 1979.