As autoridades da Ucrânia foram obrigadas a programar cortes temporários no fornecimento de energia elétrica após os recentes ataques das forças armadas russas contra infraestruturas energéticas do país, informou, esta quarta-feira, o chefe-adjunto do gabinete da Presidência.
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A decisão, revelou Kirilo Timoshenko, resultou de uma reunião entre representantes do ministério da Energia e governadores regionais, de acordo com a agência de notícias Ukrinform.
"Dirijo-me a toda a população da Ucrânia. Amanhã [quinta-feira] será um dia difícil, devido aos bombardeamentos que ocorreram hoje, ontem [terça-feira] e segunda-feira contra as instalações energéticas", disse Timoshenko, que pediu ainda para limitar o uso de energia entre as 7 horas e as 23 horas locais.
Por sua vez, um assessor do ministério da Energia, Oleksander Jarchenko, reconheceu que o país perdeu pelo menos 40% da capacidade de produção de energia após vários dias de ataques devastadores às suas centrais elétricas com mísseis e drones.
"Os trabalhos de restauração e reparação estão em curso, mas os milagres só são possíveis até a um certo ponto. Devemos esperar não só cortes de emergência, mas também programados para não sobrecarregar a rede", afirmou Jarchenko, em comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia, na terça-feira, de ter destruído quase um terço das centrais elétricas da Ucrânia em pouco mais de uma semana, o que está a provocar grandes falhas de corrente no país.
"Desde 10 de outubro, 30 por cento das centrais elétricas ucranianas foram destruídas, provocando apagões em todo o país" numa altura em que já se aproxima o inverno, disse Zelensky na rede social Twitter, reiterando que se recusa a negociar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.