O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, lamentou, esta quinta-feira, que a Rússia não seja transparente em relação ao caso do alegado envenenamento do opositor russo Alexei Navalny.
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"Não entendo porque a Rússia não joga o jogo da transparência. É do seu interesse", declarou o ministro à rádio RTL.
"Se quisessem tomar a iniciativa da transparência, seria um crédito para eles", disse o chefe da diplomacia francesa.
Nenhuma investigação foi aberta na Rússia, apesar dos pedidos nesse sentido dos Estados Unidos, União Europeia e países europeus, bem como de pessoas próximas a Alexei Navalny.
"Seria aconselhável conduzir uma investigação transparente e, quando os culpados forem encontrados, julgá-los para que a lição seja aprendida, porque esta não é a primeira vez que há um envenenamento" de opositores russos, insistiu Jean-Yves Le Drian.
Perante a pressão ocidental, o Kremlin insistiu na quarta-feira que não poderia considerar que Navalny tenha sido envenenado até que uma substância específica fosse identificada.
Navalny, principal opositor do Presidente russo, Vladimir Putin, sentiu-se mal durante um voo entre a cidade de Tomsk, na Sibéria, e Moscovo, no dia 20 de agosto.
O avião fez uma aterragem de emergência em Omsk, também na Sibéria, e o opositor foi internado em coma num hospital local.
O político russo, de 44 anos, foi transferido no sábado para um hospital em Berlim, na Alemanha.
A família e colaboradores suspeitam que o opositor foi vítima de envenenamento intencional, o que foi em parte validado pelos médicos alemães que o estão a tratar quando, na segunda-feira, afirmaram ter detetado "indícios de envenenamento" nos exames que lhe foram realizados.