O ministro dos Negócios Estrangeiros de França prometeu esta sexta-feira 100 milhões de euros em cinco anos para melhorar o acesso das mulheres aos direitos sexuais e reprodutivos, considerados "essenciais para se conseguir uma verdadeira igualdade de género".
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"Demasiadas mulheres continuam privadas deste direito fundamental, num mundo onde forças de regressão determinadas e particularmente ofensivas não hesitam em contestar a sua legitimidade e em impedir o seu exercício", declarou Jean-Yves Le Drian, ao discursar no último dia do Fórum Geração Igualdade.
O contributo da França de "100 milhões em cinco anos" destina-se a garantir "o direito à contraceção, ao aborto seguro e o acesso à educação para a sexualidade de todos e todas".
Nesse sentido, 90 milhões de euros deverão apoiar as iniciativas do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), cinco milhões ajudarão a Organização para o Diálogo para o Aborto Seguro na África Ocidental e Central e outros cinco milhões um programa de acesso equitativo à contraceção.
Além da França, uma dezena de outros países, incluindo a Bélgica, Estados Unidos, Burkina Faso e Canadá, assumiu nesta conferência compromissos a favor dos direitos sexuais e reprodutivos, que "desde a pandemia de covid-19" são "ainda de mais difícil acesso", disse Asa Regner, diretora executiva adjunta da ONU Mulheres, que organizou o encontro em França.
No primeiro dia do fórum, na quarta-feira, os Estados, organizações internacionais, fundações e empresas anunciaram um compromisso total de 40 mil milhões de dólares (33,7 mil milhões de euros) de investimentos para promover a igualdade entre os sexos no mundo.
Num comunicado, a organização de luta contra a pobreza Oxfam lamentou que os anúncios financeiros, "certamente bem-vindos", sejam "em grande parte insuficientes".
Este fórum "não ficará para a história como aconteceu com a Conferência de Pequim em 1995. Houve palavras bonitas, mas as ações e os compromissos concretos, a começar pelos de França, não estão à altura da atual crise dos direitos das mulheres", considerou a diretora-geral da Oxfam França, Cécile Duflot, em declarações à agência France-Presse