Em 2016, o sociólogo francês Dominique Wolton manteve com Francisco 12 longas conversas que deram origem ao livro "Papa Francisco, Um Futuro de Fé". O autor notou nele "uma quase total ausência de frases feitas", tal era a forma simples, certeira e por vezes provocatória de comentar até os assuntos mais sensíveis.
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Seguem algumas das expressões que marcaram o pontificado de Francisco.
"Irmãos e irmãs, boa noite. Vós sabeis que o dever do conclave era dar um bispo a Roma. Parece que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao fim do Mundo", 13 de março de 2013. Foi a primeira saudação de Francisco aos fiéis, a partir da varanda da basílica de S. Pedro, no dia da sua eleição.
"Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres", 16 de março de 2013. Expressão deixada num encontro com jornalistas de todo o Mundo no Vaticano.
"O que é que me vão dar, um chazinho?", era assim que gracejava perante os rumores de que poderia ser assassinado.
"S. Pedro não tinha uma conta no banco", ainda a propósito de querer uma Igreja para os pobres.
"Na Cúria há gente santa, mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se do 'lobby gay' e é verdade. Temos de ver o que podemos fazer", 11 de junho de 2013. Comentário deixado numa audiência com a direção da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas e publicado num site chileno.
"Um povo tem futuro se avança com os dois extremos: com os jovens, que têm força, e com os anciãos, que transmitem a sabedoria da vida", julho de 2013. Frase proferida perante os jornalistas que o acompanhavam no avião, aquando da primeira visitar internacional, ao Brasil.
"Se uma pessoa é homossexual e procura Deus, quem sou eu para julgá-la?", perguntava-se Francisco em 2013.
"A tolerância é zero. Porque o padre deve conduzir as crianças a Deus e não destruir-lhes a vida", 2016. Comentário a propósito dos abusos sexuais dentro da Igreja Católica deixado numa das conversas publicadas no livro de Dominique Wolton.
"Quanto às pessoas divorciadas que vivem numa nova união, é importante fazer-lhes sentir que fazem parte da Igreja, que não estão excomungadas nem são tratadas como tais", frase extraída da exortação pós-sinodal "Amoris Laetitia" ("A Alegria do Amor"), sobre o amor na família, publicada em abril de 2016.
"Quantas vezes vemos pessoas que cuidam de gatos e cães e depois deixam sem ajuda o vizinho que passa fome?", 14 de maio de 2016. Expressão deixada perante os fiéis, numa audiência na Praça de S. Pedro.
"Juan Carlos, não importa que sejas gay. Deus fez-te assim e ama-te assim e a mim não importa. O Papa ama-te assim, tens de ser feliz com quem tu és", disse em 2018 a Juan Carlos Cruz, vítima de abusos pelo padre chileno Fernando Karadima.
"Os homossexuais têm o direito a ter uma família. Eles são filhos de Deus". Em outubro de 2020, referia-se assim aos direitos dos homossexuais, acrescentando ser necessária "uma lei de união civil". Opinião deixada numa entrevista incluída no documentário "Francesco", apresentado no Festival de Cinema de Roma.
"Para ti, Senhor, a glória. Para nós, a vergonha. Este é um tempo de vergonha", afirmou em 2021 ao saber de mais um relatório devastador sobre pedofilia na Igreja, desta vez em França.
"Calem as armas! Limite-se a sua distribuição, aqui e em todo o lado", referiu no Iraque, em março de 2021.
"Qualquer guerra é uma capitulação vergonhosa", publicou no Twitter, a 25 de fevereiro de 2022, um dia depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.
“A Igreja não tem portas, para que todos possam entrar, e aqui podemos insistir para que todos possam entrar, porque esta é a casa da mãe e uma mãe tem sempre o coração aberto para todos os filhos. Todos, todos, todos, sem exclusão", repetiu Francisco durante da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, em 2023.