O Parlamento alemão aprovou, esta terça-feira, o conservador Friedrich Merz para ser o próximo chanceler do país. O líder do União-Democrata Cristã (CDU) torna-se no novo chefe de Governo da maior economia europeia.
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Merz conquistou 325 votos favoráveis, 15 votos a mais do que na primeira ronda. Apesar do êxito, o número de apoios mostra que o político não conseguiu domar as alas mais rebeldes da coligação governativa, não conquistando todos os votos esperados.
Na primeira votação, o conservador falhou em conseguir os 316 votos necessários para uma maioria no Bundestag, obtendo 310 apoios. Tal resultado, inédito na Alemanha pós-Guerra, foi considerado uma surpresa, já que a coligação entre os conservadores do CDU/CSU com os sociais-democratas do SPD garantiriam 328 votos.
Como a votação é secreta, não é possível saber quem não seguiu as orientações dos partidos. Lars Klingbeil, do SPD, afirmou que o partido do cessante chanceler, Olaf Scholz, não tem responsabilidade pela falha inicial de Merz. "Somos confiáveis", disse o futuro ministro das Finanças germânico.
Alice Widel, do Alternativa para a Alemanha (AfD), celebrou a derrota do conservador na manhã desta terça-feira. "Merz deveria afastar-se e o caminho deveria ser aberto para uma eleição geral", declarou a líder de extrema-direita, cujo partido, o segundo mais votado nas legislativas de fevereiro, ficou excluído da coligação governativa.
Apesar do resultado negativo, Merz reuniu-se com aliados e negociou, à porta fechada, com os outros partidos. Acordou com adversários para que a segunda e decisiva votação ocorresse na tarde desta terça-feira.
Alemães desconfiam de novo chanceler
Antes mesmo de ter a chefia de Governo confirmada, Merz vive um período de impopularidade. Segundo uma sondagem do instituto Forsa para a revista "Stern", apenas 21% dos inquiridos confiam no líder conservador - nove pontos percentuais a menos do que em agosto e três pontos a menos do que em janeiro.