Uma funcionária do Estado de Kentucky, Estados Unidos da América, foi presa por recusar a emitir licenças de casamento para pessoas do mesmo sexo. Kim Davis já se tornou num símbolo de oposição religiosa à união entre homossexuais.
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Kim Davis, de 49 anos, foi processada porque desafiou uma ordem do Supremo Tribunal (ST) ao recusar emitir licenças de casamento para "gays". Davis não quer pôr o seu nome num documento que valida a união entre homossexuais e argumenta que responde a uma autoridade superior à do ST: Deus.
A funcionária foi presente ao tribunal na última quinta-feira e acabou por ser presa. Segundo o jornal "El País", o juiz David Bunning alegou que a "boa fé não é simplesmente uma defesa viável" e que não pode "tolerar a desobediência de uma ordem legal."
Bunning disse ainda que Davis seria libertada quando aceitasse cumprir a lei. "Eu também tive crenças religiosas, mas fiz um juramento", disse o juiz. "A senhora Davis fez um juramento. Um juramento significa coisas."
Davis disse que para ela nunca foi uma questão de gays ou lésbicas, mas sim na defesa da palavra de Deus. O seu advogado Roger Gannam vê a decisão do tribunal como uma dura advertência aos cristãos de todo o país: "Hoje, pela primeira vez na história, um cidadão americano foi preso por acreditar que o casamento é a união de um homem e uma mulher. E ela (Davis) está condenada a permanecer lá até que esteja disposta a mudar de ideias."
O jornal "The New York Times" adiantou ainda que, uma vez que Kim Davis se encontra presa, os secretários-adjuntos estão dispostos a emitir as licenças de casamento, e esta sexta-feira já vários casais procuram o tribunal para casarem.
April Miller, que processou Davis quando lhe negou a licença, disse que estava triste por a funcionária ter sido presa mas que estava ansiosa por casr: "como um casal, este vai ser um dia muito importante das nossas vidas".
Ainda segundo o mesmo jornal, este não é um caso único nos Estados Unidos da América. Desde que o Supremo Tribunal legalizou, em junho passado, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, já vários funcionários se recusaram a fazê-lo.
