Pyae Sone Win Maung morreu esta terça-feira após a viatura em que seguia ter sido atacada, no estado de Rakhine, em Myanmar. Região é conhecida por conflitos entre exército e grupos locais.
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Um motorista da Organização Mundial da Saúde (OMS) morreu esta terça-feira após ter sido alvejado com vários tiros no estado de Rakhine, em Myanmar, enquanto transportava amostras recolhidas de pacientes suspeitos com Covid-19.
A informação foi avançada pela Organização das Nações Unidas numa nota publicada no site, em que endereça uma mensagem de condolências pela morte de Pyae Sone Win Maung, garantindo que estão a ser apuradas "mais informações sobre as circunstâncias do incidente".
Também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já veio lamentar o episódio no Twitter.
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Além de Pyae Sone Win Maung, seguia numa viatura da OMS, de Rakhine para Yangon, um profissional de saúde que ficou ferido na mão direita, mas que não corre risco de vida. Já Maung ainda chegou a ser transportado para o hospital, mas faleceu depois de ter sido alvejado no quadril esquerdo e no cotovelo direito.
O pai do motorista adiantou à "Reuters" que o filho trabalhava para a OMS, em Sittwe, há três anos. "Ele morreu no cumprimento de seu dever na linha de frente. Ele foi para lá no meio da luta quando muitas pessoas não ousaram ir", disse.
De acordo com o "The Irrawaddy", que cita o Departamento de Saúde Pública do Estado de Rakhine, o veículo carregava cotonetes de 20 pacientes, incluindo um que apresentava sintomas da doença, quando foi atacado na segunda-feira à tarde perto da ponte Yar Maung, no município de Minbya, no estado de Rakhine.
Tanto o exército de Myanmar como o de Arakan, um grupo armado étnico local, negaram já a responsabilidade pelo ataque e acusaram-se mutuamente.
De acordo com o "New York Times" (NYT), as duas fações têm estado envolvidas em combates violentos há mais de um ano, com o exército de Arakan a desejar maior autonomia para a região oeste de Myanmar.
Ainda de acordo com o NYT, vários países terão pedido o fim dos combates, principalmente para ajudar a proteger as comunidades vulneráveis da pandemia de Covid-19, mas nem os apelos globais por um cessar-fogo travaram o ataque.