Fundador da FTX com 235 milhões de euros de caução para ficar em prisão domiciliária
O fundador da falida corretora de criptomoeda FTX, Sam Bankman-Fried, vai ser libertado sob fiança, tendo de garantir uma caução de 250 milhões de dólares para ficar em prisão domiciliária na casa dos pais, na Califórnia.
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Acusado pela Justiça dos EUA de orquestrar "uma das maiores fraudes da história" norte-americana, Bankman-Fried foi detido na semana passada, nas Bahamas, cerca de um mês após a falência da FTX, que era a segunda maior corretora de criptomoeda no Mundo. Extraditado para solo pátrio, o "génio das cripto" foi ouvido por um juiz quinta-feira ao fim do dia, início da madrugada em Portugal, e vai deixar as algemas com que chegou a tribunal.
O juiz federal Gabriel Gorenstein determinou uma caução de 250 milhões de dólares (sensivlemnte 235 milhões de euros) e a obrigação de ficar em casa dos pais, em Palo Alto, na Califórnia. O imóvel dos progenitores é um dos bens que servirão de garantia, a par de possessões de outras duas pessoas que não foram nomeadas, conta o jornal "The Washington Post".
Bankman-Fried é acusado de desviar ilegalmente o dinheiro dos clientes para cobrir despesas, dívidas e negociações arriscadas no fundo de cobertura Alameda Research, e para fazer luxuosas compras de imóveis e grandes doações políticas, destacam os procuradores numa acusação de 13 páginas citada pela agência Associated Press (AP).
"O senhor Bankman-Fried cometeu uma fraude de grandes proporções", disse o procurador do Ministério Público, Nicolas Roos.
O procurador-geral dos EUA, Damian Williams, acusa SBF, como é conhecido no meio dos criptoativos, de orquestrar "uma das maiores fraudes da história" norte-americana.
Entretanto, dois sócios de SBF declararam-se culpados de fraude bancária, entre outros crimes. A ex-diretora executiva da Alameda Research, empresa fundada por Bankman-Fried e braço investidor da FTX, Carolyn Ellison, e o cofundador da FTX, Gary Wang, declararam-se culpados de acusações "relacionadas com o papel na fraude que contribuiu para o colapso" da empresa