Celebração seguirá o modelo das exéquias de um Pontífice em exercício. Esperam-se mais de 60 mil fiéis na Praça de São Pedro
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A praça e a basílica de São Pedro, em Roma, tornar-se-ão, esta quinta-feira, zonas vermelhas de acesso restrito durante o funeral do Papa emérito Bento XVI, no qual se esperam mais de 60 mil fiéis, informou o Vaticano, acrescentando que a celebração seguirá o modelo das exéquias de um Pontífice em exercício.
Desde a meia-noite desta quarta-feira até às 14 horas de quinta, dia do funeral, o acesso à zona será permitido apenas através dos portões controlados pelas autoridades e será proibida a venda e consumo de bebidas em garrafas ou recipientes de vidro antes e depois da cerimónia fúnebre.
As exéquias, que deverão demorar cerca de duas horas, terão início às 9h30 locais (menos uma hora em Portugal continental) e o Papa Francisco como anfitrião. O atual chefe da Igreja Católica recordará o antecessor perante os fiéis e convidados presentes, entre os quais 120 cardeais, mais de 400 bispos e cerca de quatro mil sacerdotes.
São ainda esperadas delegações oficiais de Itália e da Alemanha - terra Natal do antigo Papa -, bem como numerosos representantes ecuménicos. Outros líderes, como os reis da Bélgica e os monarcas espanhóis, estarão presentes, além dos cerca de 13 chefes de Estado ou de Governo que também participarão no funeral de Joseph Ratzinger. A maioria dos países, no entanto, será representada pelos respetivos embaixadores no Vaticano.
"Elementos originais"
O caixão com o corpo de Bento XVI será levado até ao adro da Igreja às 8h45 para uma oração conjunta com todos os fiéis presentes. Posteriormente, explicou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, a celebração do funeral do antigo chefe da Igreja Católica irá seguir "o modelo das exéquias de um pontífice". O responsável apontou alguns "elementos originais" e outros que não serão incluídos porque dizem respeito à morte de um Papa em exercício, como, por exemplo, as súplicas da Diocese de Roma e das Igrejas Orientais, no momento da sepultura.
No final da Celebração Eucarística, Francisco irá presidir ao rito da Ultima Commendatio (A Última Recomendação) e do Valedictio (A Despedida), no qual será colocada uma fita ao redor do caixão, com os selos do Capítulo de São Pedro, da Casa Pontifícia e das celebrações litúrgicas.
Em seguida, o caixão de cipreste será colocado dentro de um outro de zinco, que será soldado e selado. Este túmulo será então colocado numa caixa de madeira, de seguida colocada no local anteriormente ocupado, até à beatificação, pela sepultura do Papa João Paulo II.
Desde 1802, que um Papa em exercício não celebrava as cerimónias fúnebres do antecessor. A celebração das exéquias de Bento XVI pelo Papa Francisco tem como precedente mais recente o que aconteceu com Pio VI, que morreu no exílio em Valence (França), em 1799, como prisioneiro de Napoleão. Três anos depois, quando os restos mortais do pontífice regressaram a Roma, foi realizado um funeral solene celebrado por Pio VII.
Durante o funeral do Papa emérito Bento XVI, Itália colocará as bandeiras a meia haste em sinal de luto, ordenou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.