O furacão Beryl deixou um rasto de destruição na Jamaica e causou mais dois mortos, elevando para nove o total de vítimas, antes de baixar hoje para categoria 3, a caminho da península de Yucatán, no México.
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A tempestade, que chegou a ser a primeira a evoluir para furacão de categoria 5 no Atlântico, passou junto à costa sul jamaicana e arrancou telhados, derrubou postes telefónicos e árvores em Kingston, mas o primeiro-ministro do país, Andrew Holness, admitiu que a Jamaica não viu "o pior que podia acontecer".
Ainda assim, as autoridades confirmaram que um jovem morreu depois de ser arrastado por uma enxurrada quando tentava recuperar uma bola e uma mulher morreu devido ao desabamento de uma habitação.
São as duas mais recentes vítimas mortais do Beryl, após, nos primeiros dias, ter provocado três mortes na Venezuela e pelo menos três em Granada, assim como uma outra em São Vicente e Granadinas.
Cerca de 65% da Jamaica encontra-se sem eletricidade, com falta de água e sem telecomunicações, o que está a dificultar a avaliação dos danos por parte dos responsáveis governamentais.
O Centro Nacional de Furacões (NHC), em Miami, prevê um enfraquecimento da tempestade "nos próximos dois dias", mas advertiu que o "Beryl deve continuar a ser um furacão até atingir a península de Yucatán".
Por isso, as autoridades mexicanas prepararam abrigos na popular costa caribenha do país, evacuaram algumas comunidades costeiras periféricas e retiraram mesmo ovos de tartarugas marinhas de praias ameaçadas pela tempestade.
A chefe da proteção civil do México, Laura Velázquez, disse hoje que o Beryl deverá ser uma tempestade de categoria 1 quando atingir um trecho relativamente despovoado da costa caribenha do país, ao sul de Tulum, na manhã de sexta-feira.
Mas quando ressurgir no golfo do México, um dia depois, espera-se que atinja novamente a força de um furacão e que possa atingir a fronteira com os EUA, em Matamoros, uma zona que já foi atingida no mês passado pela tempestade tropical Alberto.
O Beryl é o primeiro furacão da temporada no Atlântico e impressionou os especialistas ao ganhar intensidade muito rapidamente durante o fim de semana. Chegou a ser classificado como furacão de categoria 5, o primeiro alguma vez registado pelo serviço meteorológico dos EUA.
Um furacão tão poderoso é extremamente raro no início da temporada de furacões, que vai do início de junho até ao final de novembro.
O Observatório Meteorológico Americano alertou no final de maio que a temporada de 2024 seria extraordinário, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.
Estas previsões estão relacionadas com o esperado desenvolvimento do fenómeno meteorológico La Niña, bem como com as elevadas temperaturas das águas no Oceano Atlântico, que têm estado em valores recorde há mais de um ano.