Cerca de 750 mil pessoas receberam ordem para para deixar as habitações, em Cape May, nos EUA, devido à aproximação do furacão Irene. Em Nova-Iorque, foi declarado o estado de emergência. Por toda a costa Leste, centrais nucleares e explorações petrolíferas preparam-se para a tempestade, com ventos de 200 km/h.
Corpo do artigo
A costa nordeste dos EUA está sob a ameaça do furacão Irene, que está a deixar em estado de alerta cidades como a capital Washington e o coração financeiro dos EUA, Nova Iorque.
Da Carolina, Norte e Sul, a Cape Cod, mais de 50 milhões de pessoas estão potencialmente no caminho do furacão. Estados, cidades, portos, indústrias, refinarias petrolíferas e centrais nuclerares activam planos de emergência enquanto os residentes se abastecem de água e comida e trabalham para proteger casas, barcos e carros.
"As maiores áreas metropolitanas ao longo da costa Nordeste vão sofrer o impacto", disse o director do Centro Nacional de Furacões, Bill Read, em declarações à agência Reuters. "Tratando-se de um grande furacão, de categoria 3, ventos formados na tempestade tropical vão entrar bastante pelo continente", acrescentou.
O presidente Barack Obama declarou o estado de emergência na Carolina do Norte, autorizando ajuda federal para suportar a resposta estatal aos efeitos da tempestade. Mas, mais a norte, os problemas parecem maiores.
O coordenador dos Serviços de Emergência de Cape May, Frank McCall, estima que 750 mil pessoas têm de abandonar o condado. A ordem foi dada tendo em conta que há 90% de hipóteses de o furacão "Irene" atingir fortemente a região, com ventos de cerca de 200 km/h.
Segundo o Serviço de Meteorologia dos EUA, "Irene" deve tocar terra firme precisamente no condado de Cape May, no estado de Nova Jérsia. Condados costeiros como Atlantic, Ocean e Monmouth, devem emitir ordens de evacuação similares.
Frank McCall disse que a ordem para abandonar o condado, que começa às 8 horas da manhã de sexta-feira (13 horas em Portugal continental), foi emitida porque Cape May é considerado o sexto condado mais difícil de evacuar nos EUA, devido à geografia.
A última vez que tinha sido emitida uma ordem, não facultativa, de evacuação aconteceu em 1985, durante o furacão "Glória". Agora, é "Irene" que está a deixar a costa Leste dos EUA com os nervos em franja.
Nova Iorque declarou, quinta-feira, o estado de emergência em todo o Estado, preparando-se para os efeitos da chegada do furacão, que deve atingir o estado e a cidade na noite de sábado para domingo.
O mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, já tinha avisado que está prevista a possibilidade de ter de evacuar algumas áreas de Nova Iorque, cidade com oito milhões de habitantes, devido ao furacão "Irene", que causou pelo menos quatro mortos à passagem pelas Caraíbas.
As inundações e a queda de árvores são os riscos maiores, segundo Bloomberg, que não vê problemas com os vários aranha-céus de Nova Iorque. "Os grande imóveis são conhecidos por suportar ventos muito violentos", disse o mayor da "Big Apple", aconselhando os nova-iorquinos a fazerem uso de bom senso para enfrentar o furacão.
A dois dias da chegada prevista do furacão, os serviços municipalizados de segurança começaram a retirar equipamentos de zonas potencialmente inundáveis. Em alguns prédios, os locatários foram aconselhados a reforçar a segurança e a retirar tudo o que tiverem no exterior das habitações.