General diz que britânicos devem criar "exército de cidadãos" para confrontar Putin
O chefe do exército britânico, Patrick Sanders, alertou que o Reino Unido deve formar um "exército de cidadãos" que esteja pronto para travar uma guerra, realçando a ameaça russa à Ucrânia. No entanto, o primeiro ministro do Reino Unido e o Ministério da Defesa já vieram discordar dessas declarações.
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Patrick Sanders apelou aos cidadãos britânicos para que estivessem preparados para pegar em armas numa guerra contra o presidente russo, Vladimir Putin, tendo em conta que as forças armadas atuais "não são suficientes", avançou o The Guardian. Nos últimos 30 anos, o exército britânico diminuiu para metade, com uma redução de 28% nos últimos 12 anos.
Em declarações prestadas numa exposição internacional de veículos blindados em Londres, o chefe do exército britânico realçou que a invasão russa da Ucrânia é um sinal do que está para vir. Acrescentou ainda que as pessoas deviam aprender com as guerras anteriores: "Não nos podemos dar ao luxo de cometer o mesmo erro hoje. A Ucrânia é realmente importante".
Sanders explicou que o povo britânico faz parte de uma "geração pré-guerra" que poderá ter de se preparar para lutar numa guerra contra uma Rússia cada vez mais agressiva. O chefe do Estado-Maior destacou o exemplo da Suécia e da Finlândia, que reaproximaram a população ao serviço militar.
"Não ficaremos imunes e, tal como a geração pré-guerra, temos de nos preparar da mesma forma e isso é uma tarefa de toda a nação. A Ucrânia ilustra da melhor forma que os exércitos tradicionais começam as guerras, mas os exércitos de cidadãos ganham-nas", notou Patrick Sanders.
O chefe do exército apelou também a que fossem feitos mais esforços para equipar e modernizar as forças armadas do Reino Unido, sendo que esta não é a primeira vez que alerta para a crescente ameaça de guerra e manifesta a sua preocupação com a falta de preparação do país.
Sanders realçou que o Reino Unido precisa de um exército concebido para se expandir rapidamente: "Nos próximos três anos, deve ser credível falar de um exército britânico de 120 mil homens, incluindo a nossa reserva e a reserva estratégica. Mas isto não é suficiente", afirmou.
O primeiro-ministro Rishi Sunak, através do seu porta-voz, afirmou, na quarta-feira, que discordava dos comentários feitos por Sanders e insistiu que o serviço militar obrigatório não iria regressar. O Ministério da Defesa também se distanciou do discurso de Sanders.