Gerente de parque de diversões acusado de discriminação por negar entrada de israelitas
O gerente de um parque de diversões de França que negou a entrada de um grupo de menores israelitas foi acusado, no sábado, de "discriminação por motivo de origem, etnia ou nacionalidade", e libertado, anunciou o Ministério Público (MP).
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O gerente do parque, localizado em Porte-Puymorens, negou, na última quinta-feira, a entrada no local de um grupo de 150 menores israelitas, com idades entre os oito e os 16 anos, apesar de terem comprado bilhetes. O grupo de turistas israelitas, de férias em Espanha, "mudou os seus planos e viajou, em três autocarros, para outro local em França, com segurança garantida pela gendarmaria, sem qualquer incidente naquele momento", informou a procuradoria à AFP.
A "discriminação", caracterizada pela "negação de um bem ou serviço em local aberto ao público, ou proibição de acesso", acarreta uma pena de até cinco anos de prisão e multa de até 75 mil euros, segundo o MP de Perpignan. O homem, de 52 anos, que estava em prisão preventiva desde quinta-feira, compareceu, no sábado, perante um juiz e disse que a recusa não se deveu a considerações ideológicas, mas sim a questões de segurança.
O ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, descreveu o incidente como "grave". "Espero que a Justiça seja firme. Não se pode deixar isso passar", comentou Retailleau, que citou o aumento dos "atos antissemitas".
O número de incidentes antissemitas reportados em França disparou em 2023, após o ataque de 7 de outubro a Israel pelo grupo militante palestinian Hamas, seguido do ataque israelita à Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. Os atos antissemitas reportados em França aumentaram de 436 em 2022 para 1676 em 2023, antes de descerem para 1570 no ano passado, de acordo com o Ministério do Interior.