Gisèle Pelicot, cujo marido foi condenado por sedá-la, violá-la e recrutar dezenas de homens para fazer o mesmo, vai processar a revista francesa "Paris Match" por invasão da propriedade.
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Na sua última edição, a revista publicou sete fotografias de Pelicot, acompanhada por um homem, descrito como seu companheiro, a andar na via pública na nova cidade onde vive.
"Cada vez que a intimidade da vida pessoal do nosso cliente for violada, reagiremos e procuraremos uma decisão judicial", disse o advogado Antoine Camus, em declarações à AFP, esta quinta-feira.
Camus disse que era "chocante" e "dececionante" que a "Paris Match" tirasse fotografias secretamente de Pelicot, "cuja provação foi tema de três mil fotografias e vídeos". Acusou ainda a revista de "não ter aprendido nada com o julgamento de quatro meses".
Pelicot recebeu reconhecimento internacional por ter renunciado ao seu direito ao anonimato no julgamento do ex-marido e de outros arguidos, no ano passado. "Não somos nós que devemos sentir vergonha, mas sim eles", disse sobre os perpetradores.
Dominique Pelicot, o ex-marido, drogou-a durante quase uma década para que ele e dezenas de estranhos que recrutou online a pudessem violar. Em dezembro, um tribunal francês condenou-o a 20 anos de prisão.
Gisèle Pelicot foi incluída na lista da revista "Time" publicada na quarta-feira das pessoas mais influentes do Mundo em 2025.