O Governo português “está em contacto estreito com os parceiros europeus no sentido de operacionalizar a retirada em segurança dos nacionais que têm intenção” de sair do Níger, acompanhando o movimento de retirada de vários países, devido à instabilidade que se vive após o golpe militar de 26 de julho.
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De acordo com a informação prestada ao JN, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “está a acompanhar a situação” no Níger através da embaixada em Abuja, a capital da Nigéria, e “em articulação” com a Delegação da União Europeia (UE) em Niamey.
Segundo o MNE, estão confirmados nove cidadãos portugueses a trabalhar naquele país em organizações europeias e em empresas privadas.
Portugal é um dos países a aproveitar a oferta da França, que deve iniciar nesta terça-feira uma operação de repatriamento de pelo menos 200 dos seus 600 nacionais, bem como outros europeus.
Segundo o Governo italiano, cerca de meio milhar de nacionais reside no Níger, 90 dos quais na capital, havendo registo de pelo menos uma centena de alemães.
Recorde-se que o Níger foi alvo, no dia 26 de julho, de um golpe de Estado e que uma junta militar mantém refém o presidente deposto, Mohamed Bazoum, tendo detido vários ministros, revogado a Constituição e encerrado as fronteiras.
No domingo, milhares de pessoas concentram-se frente à embaixada de França – que mantém no país um contingente de 1 500 militares – tendo tentado entrar no complexo e usado coquetéis Molotov.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decretou sanções contra o país e deu o prazo de uma semana para repor a legalidade, ameaçando recorrer à força. Se isso acontecer, o Mali e o Burkina Faso considerarão uma “declaração de guerra” contra os dois.