As autoridades espanholas suspeitam que elementos da Resistência Galega tenham sido responsáveis pela colocação do engenho que explodiu durante a madrugada desta quarta-feira, em frente ao edifício da autarquia de Baralla, na região de Lugo.
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A explosão, que não provocou vítimas, ocorreu cerca das 5 horas locais (4 horas em Portugal continental) e causou danos ao edifício da autarquia e a pelo menos uma casa próxima.
Segundo fontes policiais as investigações preliminares sugerem que se usou uma panela de pressão, idêntica à usada em atentados no passado.
As mesmas fontes sugerem que, por isso, que a Resistência Galega (RG) - no passado autora de atentados idênticos contra sedes de partidos políticos e bancos - pode ser a responsável pela explosão desta quarta-feira.
Especialistas da Guarda Civil de Lugo e da Corunha estão no local a realizar mais investigações.
Samuel Juárez, delegado do Governo na Galiza, disse aos jornalistas que, pela magnitude dos danos, se poderia tratar de um engenho com entre 3 e 5 quilos de explosivo, possivelmente pólvora.
Ainda que a RG não tenha reivindicado responsabilidade, o modus operandi é praticamente idêntico ao utilizado há um ano num atentado contra a sede da autarquia de Beade (Ourense), governada por um alcaide do PP que se declarou franquista.
A Resistência Galega é um movimento armado, que luta pela independência da Galiza, e que foi criado em 2005, ano da sua primeira ação, quando colocou um engenho explosivo na casa de Francisco Vázquez Pereira, ex-dirigente da AMI acusado de ser informador da polícia.
Desde aí, realizou 34 ações incendiárias ou com engenhos explosivos.
Os dois principais líderes da Resistência Galega, Antón García Matos e María Asunción Losada Camba estarão a viver no norte de Portugal, segundo as mesmas fontes.
Em novembro de 2013, os serviços de informação da Polícia Nacional espanhola detetaram a compra em Portugal de pelo menos seis armas pelos principais líderes da Resistência Galega, segundo notícias da imprensa regional galega.
Entre 2005 e 2013 as autoridades espanholas detiveram 18 membros do movimento, mas destacaram a capacidade de regeneração da estrutura, que conta com suficiente apoio social em algumas zonas.
Referem em especial o apoio do autodenominado "Movimento de Libertação Nacional Galego" (MNLG) e da Assembleia da Mocidade Independentista (AMI), criada pelo próprio García Matos.
Especialistas destacam que o grupo não procura causar vítimas mortais, mas sim provocar estragos materiais com fins propagandísticos.