Governo argentino diz ter poupado 1,7 mil milhões de euros graças às medidas de Milei
O Governo argentino adiantou na segunda-feira que, graças às medidas do presidente Javier Milei, destinadas sobretudo à reforma e à redução do Estado, obteve uma poupança de dois mil milhões de dólares (mais de 1,7 mil milhões de euros).
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"Os 65 decretos delegados promulgados no ano passado resultaram numa poupança de dois mil milhões de dólares anuais em despesas", frisou o porta-voz presidencial Manuel Adorni.
Estes decretos foram assinados devido ao estado de emergência pública em matéria administrativa, económica, financeira e energética, pelo período de um ano, com início a 8 de julho de 2024 e que termina hoje.
No âmbito deste estado de emergência, o Parlamento concedeu ao Executivo poderes delegados nestas quatro áreas.
A declaração do estado de emergência foi um dos aspetos-chave da lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, mais conhecida por "lei omnibus" ou "lei de bases", aprovada pelo Parlamento argentino em junho de 2024.
Esta lei, juntamente com o plano de ajustamento fiscal, constitui o "coração" do programa de governo de Milei, que assumiu o cargo no final de 2023.
A lei não só concedeu ao Executivo poderes apropriados ao Parlamento, como também permitiu a reforma do Estado, autorizou a privatização de algumas empresas estatais, introduziu alterações na legislação laboral e proporcionou incentivos para os setores da energia e dos hidrocarbonetos e para os grandes investimentos.
Adorni sublinhou na segunda-feira que esta foi a primeira vez que um presidente, ao usar poderes delegados, "aderiu à Constituição e respeitou o quadro institucional, primeiro porque não foram prorrogados indefinidamente, como aconteceu em governos anteriores, e segundo, porque o seu objetivo era implementar um ambicioso plano de reformas para tirar a Argentina do declínio".
O porta-voz indicou que, de 1983 a 2023, o emprego público cresceu 150%, foram criados 110 organismos públicos e foram nomeados cerca de 5500 funcionários em áreas descentralizadas.
Através de decretos, Milei eliminou, reduziu ou transformou dezenas de organismos e cargos públicos, resultando na perda de empregos públicos registados.
Os fundos fiduciários também foram eliminados e foram tomadas medidas para a privatização de algumas empresas públicas.
O Ministério da Economia argentino revelou também na segunda-feira, em comunicado, a reestruturação de sete organismos públicos que considera ineficientes, que será decretada por decreto presidencial a publicar hoje em Diário da República.
A medida afeta o Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (INTI), o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), a Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Canábis Medicinal (ARICCAME), o Instituto Nacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena (INAFCI), o Instituto Nacional de Sementes (INASE), o Instituto Nacional de Viticultura (INV) e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
De acordo com a administração de Milei, estes organismos são "sobredimensionados e ineficientes".
"A reestruturação de organismos e programas ineficientes que se sobrepõem a outros organismos públicos permite avançar para uma organização administrativa mais racional que reforce o equilíbrio orçamental, otimize a utilização dos recursos disponíveis e promova despesas eficientes e transparentes", salientou o Ministério da Economia.
O governo já tinha anunciado na segunda-feira a decisão de dissolver a Direção Nacional de Estradas, a Comissão Nacional de Trânsito e Segurança Rodoviária e a Agência Nacional de Segurança Rodoviária.