O Governo regional catalão confirmou que todos os 1.317 locais de voto instalados para a consulta independentista deste domingo abriram com normalidade, tendo as mesas sido constituídas sem problemas.
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"Os voluntários que tornam possível o processo participativo do 9N começaram a desenvolver as suas tarefas com total normalidade", explica uma nota da Generalitat, o Governo regional.
"A esta hora (10.30 horas), os 1.317 locais abriram com normalidade e as 6.695 mesas de participação constituíram-se sem problemas", explica.
A maior parte dos locais de voto, 452, estão na região de Barcelona, com as Terres de l'Ebre a terem o menor número de locais de voto (55).
Antecipa-se que a vice-presidente do Governo, Joana Ortega, compareça no centro de imprensa criado para acompanhar a consulta cerca das 14 horas (13 em Portugal continental) par dar conta do primeiro balanço de participação.
O arranque da jornada, recorde-se, ficou marcado por grandes filas em vários dos locais, com pequenos incidentes - silicone em portas e grafitti ofensiva - a não afetarem o arranque da jornada.
De referir que a escola IES Pedraforca de L'Hospitalet - um dos locais de voto - não abriu as portas porque o seu diretor não compareceu com as chaves, tendo a votação sido transferida para o colégio próximo de Sant Jaume.
Vários dirigentes catalães, artistas e outras individualidades catalãs já votaram, tendo o porta-voz e conselheiro da Presidência do Governo, Francesc Homs, reiterado a mensagem de tranquilidade.
"Todos os voluntários devem saber que podem estar totalmente tranquilos porque a sua tarefa, seja qual seja, é perfeitamente legal", disse Homs, depois de votar, afirmando que o único responsável do processo é o Governo.
"Antecipo uma resposta cidadã muito clara", acrescentou.
Também Josep Antoni Durán i Lleida, um dos líderes da Convergência e União (CiU), se mostrou confiante num elevado nível de participação, explicando que ele próprio votou "sim, não", ou seja sim quer que a Catalunha seja um Estado mas não quer que esse estado seja independente.
"Aqui há um problema político como hoje se volta a demonstrar. Esta não é uma questão particular do senhor (Artur) Mas (presidente do Governo), nem da ANC, mas envolve milhões de pessoas", disse ainda.
Carme Forcadell, presidente da ANC, foi uma das primeiras líderes regionais a chegar ao seu local de voto, no caso em Sabadell.
"Estamos muito contentes já pelo simples facto de votar. Passe o que passar, hoje estamos a demonstrar que somos soberanos. Desafiámos o Estado", disse aos jornalistas.
Os primeiros votos neste processo foram depositados fora de Espanha, nomeadamente na cidade de Sydney onde as urnas abriram às 9 horas locais, início da madrugada em Barcelona, e posteriormente em Hong Kong e Tóquio.
Uma sondagem que está a decorrer na página online do jornal catalão La Vanguardia pergunta aos participantes se "pensam ir votar no processo participativo de 9N".
Até às 10.30 horas já tinham respondido 15.228 pessoas das quais 56% disseram que sim e 44% que não.